Quando você pensa que das mesquinharias eleitorais fazem parte apenas os partidos de aluguel, eis que descobre que O PSOL também não foge à regra.
Desde o ano passado, o partido abraçou a causa do Delegado Protógenes Queiroz, e circulou com ele pelo país afora. Juntou de certa forma a fome com a vontade de comer, já que o discurso e as ações do Delegado se confundem com a idéia do partido, especialmente na luta pela Ética na Política.
O partido conta hoje com apenas 3 deputados federais, Chico Alencar, Luciana Genro e Ivan Valente, e um senador, José Nery, que era suplente da atual Governadora do Pará.
Como Protógenes não esconde que deverá ser candidato, já que sua carreira na Polícia Federal ficou inviabilizada, especialmente com o atual diretor, o natural seria ir para o PSol.
Aí surge o problema eleitoral.
A candidatura de Protógenes é uma incógnita do ponto de vista eleitoral, pois nunca foi testado. Com uma campanha de comunicação eficiente, Protógenes pode estourar na eleição de deputado, com 600/700 mil votos, porém poderia ter uns 200 mil votos, já que voto de opinião varia muito.
Aí o deputado Ivan Valente começou a brigar com a direção do partido, porque ficou com medo de não se reeleger. Em resumo, Protógenes poderia ter mais votos que ele, mas insuficiente para eleger mais de um deputado.
Em conversa com o Delegado agora de manhã, este me confirmou que Ivan Valente realmente teria inviabilizado sua entrada no PSol, mas que tem excelente relacionamento com os membros do partido, como Heloísa Helena. Como recebeu convite de outros partidos (PCdoB e PDT), está analisando a melhor alternativa. Sua filiação ocorrerá no dia 7 de setembro, e o anúncio será uma semana antes, no dia primeiro.
Há a possibilidade de sair candidato a Senador por São Paulo, ou mesmo a deputado-federal. Em uma pesquisa da Brasmarket (que faz pesquisa para a Isto é), ainda não divulgada, Protógenes teria ficado em primeiro lugar para o Senado, à frente de Mercadante, Afif, Quércia e Tuma. Serão duas vagas na próxima eleição.
O Delegado disse também que torce para a viabilização da candidatura de Ciro Gomes para Governador, pois gostar muito do parlamentar. “É um excelente candidato, um cara honesto, experiente e preparado, que pode dar grande contribuição para o Estado de São Paulo”, diz Protógenes.
Algo semelhante aconteceu na eleição de vereador do PSDB em Recife. O vereador João Alberto foi vetado pelo partido, que não lhe deu legenda, pelo fato dele ter muito voto. Voto suficiente para chegar na frente de todos, e insuficiente para puxar mais colegas. Pois a estratégia dos partidos é arrumar candidatos com votação mediana, e alguns com votação pequena para engordar a quantidade de votos na coligação. Estes são chamados de “camurins”.
Toda esta confusão fez com que Protógenes descartasse o PSol, já que não dá para entrar em um partido brigando com alguém da direção. Vale ressaltar que parte significativa do partido via no Delegado uma alternativa política de futuro.
É nessa horas que a você percebe que a contabilidade eleitoral desenvolvida por partidos de aluguel fala mais alto do que a ideologia em todos os partidos.
Pindorama está se transformando na “República dos camurins”.
Autor: Pierre Lucena - 01/08/09 às 11:27
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