Pesquisa em Educação
sábado, 28 de novembro de 2009
MAIS UMA VEZ UM POLÍTICO É PEGO COM A MÃO NA MASSAROCA DE DINHEIRO
PELO AMOR DE DEUS !!!CADÊ O POVO QUE NÃO FALA NADAAAAAAAAAAAAAAA,ÉEEEGGGGGGGGGGGUUUUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA.CANSEI.............VOU TOMAR UMA GELADA PRÁ FICAR DOIDÃO!!!!!!!!!!!e TENTAR NÃO FALAR NISSO..
ESCÃNDALO E FALTA DE VERGONHA
ESCÂNDALOS E MAIS ESCÂNDALOS. SENVERGONICE EXPLICITA COM AS VERBAS PÚBLICAS , DINHEIRO PÚBLICO. ENQUANTO ESSES SENHORES MORREM DE RIR. O POVO MORRE DE FOME, MORRE DE MEDO DA VIOLÊNCIA GERADA POR ESSES ENGRAVATADOS PATIFES QUE NÃO TEM ESCRUPULO E SE DEIXAM FLAGAR NAS SUAS CANALICES.
ESSE CANALHA QUE DEFENDE-SE DIZENDO ATRAVÉS DE SUA "ACESSORIA" QUE O DINHEIRO ERA PARA DISTRIBUIR PARA AS PESSOAS CARENTES DE BRASILIA. ESSE MESMO SENHOR JÁ SE VIU OBRIGADO A RENUNCIAR EM UM OUTRO EPISÓDIO VERGONHOSO PARA O NOSSO PAÍS QUE FOI O ESCÂNDALO DO PAINEL DE VOTAÇÃO DO CONGRESSO.
CADEIA É POUCO PARA ESSE SENHOR.MAS O CUMULO DO ABSURDO É A POSTURA DO PRESIDENTE NACIONAL DO PT, DEFENDER APENAS A INVESTIGAÇÃO,COMO SE HOUVESSE A NECESSIDADE DE PROVAR MAIS ALGUMA COISA PARA COLOCAR ESSE "CIDADÃO" PRA BEM LONGE DOS COFRES PÚBLICOS E NO OSTRACISMO POLITICO QUE É O LUGAR COMUM DOS INDESEJAVEIS
ESSE CANALHA QUE DEFENDE-SE DIZENDO ATRAVÉS DE SUA "ACESSORIA" QUE O DINHEIRO ERA PARA DISTRIBUIR PARA AS PESSOAS CARENTES DE BRASILIA. ESSE MESMO SENHOR JÁ SE VIU OBRIGADO A RENUNCIAR EM UM OUTRO EPISÓDIO VERGONHOSO PARA O NOSSO PAÍS QUE FOI O ESCÂNDALO DO PAINEL DE VOTAÇÃO DO CONGRESSO.
CADEIA É POUCO PARA ESSE SENHOR.MAS O CUMULO DO ABSURDO É A POSTURA DO PRESIDENTE NACIONAL DO PT, DEFENDER APENAS A INVESTIGAÇÃO,COMO SE HOUVESSE A NECESSIDADE DE PROVAR MAIS ALGUMA COISA PARA COLOCAR ESSE "CIDADÃO" PRA BEM LONGE DOS COFRES PÚBLICOS E NO OSTRACISMO POLITICO QUE É O LUGAR COMUM DOS INDESEJAVEIS
Assembléia do TO pede afastamento de Kátia Abreu da CNA
27 de novembro de 2009
A Assembléia Legislativa aprovou na sessão desta quinta-feira (26/11) a urgência de requerimento do deputado estadual Stalin Bucar (PR), pedindo o afastamento da senadora Kátia Abreu (DEM) da presidência da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). Segundo o deputado, a Assembléia do Tocantins não pode ficar indiferente em relação à denúncia publicada na edição desta da revista Carta Capital. Segundo o semanário, Kátia teria comprado terras a preços irrisórios em Campos Lindos. As terras, segundo a revista, pertenciam a pequenos produtores rurais desapropriados arbitrariamente.
“Não podemos ser coniventes com esta situação, quando até mesmo os deputados de Minas Gerais estão se manifestando”, justificou o deputado. Ontem a Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da Assembléia Legislativa de Minas Gerais aprovou requerimento apresentado pelo deputado estadual Chico Uejo (PSB) de repúdio ao suposto envolvimento da parlamentar no episódio divulgado por Carta Capital.
A exemplo do deputado mineiro, Stalin também propôs Moção de Repúdio às ações supostamente praticadas pela senadora tocantinense. No entanto, a moção não foi votada, por falta de quorum para votação da ordem do dia, motivo pelo qual as duas propostas – repúdio e afastamento – ficaram para a próxima terça-feira, 1º de dezembro.
A Assembléia Legislativa aprovou na sessão desta quinta-feira (26/11) a urgência de requerimento do deputado estadual Stalin Bucar (PR), pedindo o afastamento da senadora Kátia Abreu (DEM) da presidência da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). Segundo o deputado, a Assembléia do Tocantins não pode ficar indiferente em relação à denúncia publicada na edição desta da revista Carta Capital. Segundo o semanário, Kátia teria comprado terras a preços irrisórios em Campos Lindos. As terras, segundo a revista, pertenciam a pequenos produtores rurais desapropriados arbitrariamente.
“Não podemos ser coniventes com esta situação, quando até mesmo os deputados de Minas Gerais estão se manifestando”, justificou o deputado. Ontem a Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da Assembléia Legislativa de Minas Gerais aprovou requerimento apresentado pelo deputado estadual Chico Uejo (PSB) de repúdio ao suposto envolvimento da parlamentar no episódio divulgado por Carta Capital.
A exemplo do deputado mineiro, Stalin também propôs Moção de Repúdio às ações supostamente praticadas pela senadora tocantinense. No entanto, a moção não foi votada, por falta de quorum para votação da ordem do dia, motivo pelo qual as duas propostas – repúdio e afastamento – ficaram para a próxima terça-feira, 1º de dezembro.
PAINEL POLÍTICO
Está feito
Depois de muita confusão no diretório do Pará, a direção do PSDB bateu o martelo ontem: o candidato ao governo será Simão Jatene. O ex governador Almir Gabriel disputará o Senado ou uma cadeira de deputado.
Fonte: jornal Diário do Pará de 27/11/2009, caderno Brasil, página B2.
Depois de muita confusão no diretório do Pará, a direção do PSDB bateu o martelo ontem: o candidato ao governo será Simão Jatene. O ex governador Almir Gabriel disputará o Senado ou uma cadeira de deputado.
Fonte: jornal Diário do Pará de 27/11/2009, caderno Brasil, página B2.
Policiais ou jagunços?
26 de novembro de 2009
Segundo os relatos de trabalhadores rurais cerca de 200 policiais civis e militares, vários deles embriagados, realizaram operações nessas ultimas semanas nos acampamentos da Fazenda Rio Vermelho, Castanhais e Espírito Santo, todas na região de Xinguara.
Espancaram, torturaram - até mesmo mulheres grávidas, humilharam, ameaçaram de prisão e de morte, apontaram armas para os trabalhadores, apreenderam pertences das famílias e destruíram suas roças.
Apenas para os dois primeiros acampamentos existia ordem judicial de busca e apreensão de armas e munições e ainda assim a policia agiu com violência e arbitrariedade, extrapolando totalmente os limites da legalidade e ferindo a dignidade e os direitos humanos dos trabalhadores e trabalhadoras acampadas.
No dia 12.11.09, no Acampamento Alto Bonito, na Fazenda Castanhais, chegaram cerca de 50 policiais, dentre os quais, membros da Delegacia de Conflitos Agrários (DECA), Policiais Militares e integrantes da Tropa de Choque. Os acampados relatam que homens e mulheres foram constantemente humilhados e até ameaçados de morte pela policia durante a operação. Sofreram muita violência psicológica, a fim de que identificassem pelo nome todos os lavradores, bem como os coordenadores.
Destaca-se em particular a arbitrariedade e violência da policia com relação à lavradora Neidiane Rodrigues Resplandes, que mesmo estando grávida de poucos meses, foi obrigada a caminhar cerca de meio quilômetro, debaixo de ofensas e xingamentos. Após uma sequencia de tortura psicológica para que dissesse os nomes dos coordenadores e onde estavam as armas, a mulher passou mal e teve sangramento ali mesmo na frente dos policiais, que ao perceberem o estado da lavradora, colocaram-na no carro e a deixaram no Acampamento.
Segundo os acampados, nenhuma arma de fogo foi apreendida, mas a policia levou muitas ferramentas de trabalho, tais como: facões, facas de cozinha, machados, bomba costal, uma antena de celular, alguns quilos de arroz, feijão, documentos pessoais, 06 motocicletas e até os galões de pegar água no córrego. Nenhuma família sabe para onde foram levados os seus pertences.
Dois dias depois, em 14/11, foi a vez do Acampamento João Canuto, na Fazenda Rio Vermelho, aonde chegaram cerca de 200 policiais, incluindo aproximadamente 15 militares da cavalaria. Esses cavaleiros adentraram as roças dos lavradores e destruíram parcialmente as plantações de milho, mandioca e feijão. Durante a revista, os policiais levaram também vários objetos pessoais das famílias, inclusive 02 bandeiras do MST e 04 facões.
Contudo a maior demonstração de vandalismo e brutalidade da policia ocorreu no Acampamento Vladimir Maiakovisk, na Fazenda Espírito Santo. Na noite de 22/11, por volta das 19h, chegaram cerca de 30 policiais militares do GOE (Grupo de Operações Especiais) e passaram a agredir os acampados. Eles desceram do ônibus trajando shorts e camisas tipo regata, todos armados com pistolas, rifles e espingardas calibre 12, gritavam xingamentos e palavras de baixo calão.
Um dos policiais fez a lavradora Rita de Cássia deitar no chão e apontou uma espingarda calibre 12 para a sua cabeça. Outro militar ameaçou de morte o acampado Weston Gomes e lhe deu um soco, na altura da costela. Outro policial apontou a arma para a agricultora Elione, abriu e chutou a sua bolsa.
Conforme as declarações dos acampados, a maioria dos policiais demonstrava visíveis sinais de embriaguez alcoólica e em nenhum momento apresentaram qualquer ordem judicial para adentrar e revistar o acampamento.
Lembramos que no IV Seminário Nacional da Proteção de Defensores de Direitos Humanos, estava presente a Comissária da ONU para assuntos de Direitos Humanos, Navy Pillay, que advertiu sobre excessos cometidos por policiais: “Agentes policiais tem que saber que não podem abusar de seu exercício profissional”.
Parece que essa advertência não significa nada para esses policiais e seus superiores, pois o que se observa é a repetição das praticas violentas e de banditismo que caracterizaram a “Operação Paz no Campo” ocorrida no Sul do Pará em novembro de 2007 e que ficou conhecida pelos movimentos sociais como o “Terror no Campo”. Até quando isso vai continuar?
Xinguara-PA, 25 de novembro de 2009
Frei Henri Burin des Roziers
COMISSÃO PASTORAL DA TERRA DO SUL E SUDESTE DO PARÁ.
Segundo os relatos de trabalhadores rurais cerca de 200 policiais civis e militares, vários deles embriagados, realizaram operações nessas ultimas semanas nos acampamentos da Fazenda Rio Vermelho, Castanhais e Espírito Santo, todas na região de Xinguara.
Espancaram, torturaram - até mesmo mulheres grávidas, humilharam, ameaçaram de prisão e de morte, apontaram armas para os trabalhadores, apreenderam pertences das famílias e destruíram suas roças.
Apenas para os dois primeiros acampamentos existia ordem judicial de busca e apreensão de armas e munições e ainda assim a policia agiu com violência e arbitrariedade, extrapolando totalmente os limites da legalidade e ferindo a dignidade e os direitos humanos dos trabalhadores e trabalhadoras acampadas.
No dia 12.11.09, no Acampamento Alto Bonito, na Fazenda Castanhais, chegaram cerca de 50 policiais, dentre os quais, membros da Delegacia de Conflitos Agrários (DECA), Policiais Militares e integrantes da Tropa de Choque. Os acampados relatam que homens e mulheres foram constantemente humilhados e até ameaçados de morte pela policia durante a operação. Sofreram muita violência psicológica, a fim de que identificassem pelo nome todos os lavradores, bem como os coordenadores.
Destaca-se em particular a arbitrariedade e violência da policia com relação à lavradora Neidiane Rodrigues Resplandes, que mesmo estando grávida de poucos meses, foi obrigada a caminhar cerca de meio quilômetro, debaixo de ofensas e xingamentos. Após uma sequencia de tortura psicológica para que dissesse os nomes dos coordenadores e onde estavam as armas, a mulher passou mal e teve sangramento ali mesmo na frente dos policiais, que ao perceberem o estado da lavradora, colocaram-na no carro e a deixaram no Acampamento.
Segundo os acampados, nenhuma arma de fogo foi apreendida, mas a policia levou muitas ferramentas de trabalho, tais como: facões, facas de cozinha, machados, bomba costal, uma antena de celular, alguns quilos de arroz, feijão, documentos pessoais, 06 motocicletas e até os galões de pegar água no córrego. Nenhuma família sabe para onde foram levados os seus pertences.
Dois dias depois, em 14/11, foi a vez do Acampamento João Canuto, na Fazenda Rio Vermelho, aonde chegaram cerca de 200 policiais, incluindo aproximadamente 15 militares da cavalaria. Esses cavaleiros adentraram as roças dos lavradores e destruíram parcialmente as plantações de milho, mandioca e feijão. Durante a revista, os policiais levaram também vários objetos pessoais das famílias, inclusive 02 bandeiras do MST e 04 facões.
Contudo a maior demonstração de vandalismo e brutalidade da policia ocorreu no Acampamento Vladimir Maiakovisk, na Fazenda Espírito Santo. Na noite de 22/11, por volta das 19h, chegaram cerca de 30 policiais militares do GOE (Grupo de Operações Especiais) e passaram a agredir os acampados. Eles desceram do ônibus trajando shorts e camisas tipo regata, todos armados com pistolas, rifles e espingardas calibre 12, gritavam xingamentos e palavras de baixo calão.
Um dos policiais fez a lavradora Rita de Cássia deitar no chão e apontou uma espingarda calibre 12 para a sua cabeça. Outro militar ameaçou de morte o acampado Weston Gomes e lhe deu um soco, na altura da costela. Outro policial apontou a arma para a agricultora Elione, abriu e chutou a sua bolsa.
Conforme as declarações dos acampados, a maioria dos policiais demonstrava visíveis sinais de embriaguez alcoólica e em nenhum momento apresentaram qualquer ordem judicial para adentrar e revistar o acampamento.
Lembramos que no IV Seminário Nacional da Proteção de Defensores de Direitos Humanos, estava presente a Comissária da ONU para assuntos de Direitos Humanos, Navy Pillay, que advertiu sobre excessos cometidos por policiais: “Agentes policiais tem que saber que não podem abusar de seu exercício profissional”.
Parece que essa advertência não significa nada para esses policiais e seus superiores, pois o que se observa é a repetição das praticas violentas e de banditismo que caracterizaram a “Operação Paz no Campo” ocorrida no Sul do Pará em novembro de 2007 e que ficou conhecida pelos movimentos sociais como o “Terror no Campo”. Até quando isso vai continuar?
Xinguara-PA, 25 de novembro de 2009
Frei Henri Burin des Roziers
COMISSÃO PASTORAL DA TERRA DO SUL E SUDESTE DO PARÁ.
Desenvolvimento: È isso ? 1
Essa é a lógica que os aventureiros capitalizados produzem na região!
Ao longo dos anos, o consumo de carvão da mata fez da região de Carajás uma das mais desmatadas da região Norte. O município de Marabá (PA), onde estão instaladas as guseiras paraenses, é o terceiro mais devastado da Amazônia. Dos seus 15 mil quilômetros quadrados, 7,9 mil já foram derrubados, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A área equivale a cerca de cinco vezes o município de São Paulo.
Foto de satélite mostra a devastação ocorrida na região de Marabá (PA) entre 1984 e 2006. O município, onde ficam as guseiras paraenses, é o segundo mais desmatado da Amazônia. (Foto: Inpe/Divulgação)
-----------------------------
Trabalho escravo
Além de prejudicar a floresta, o carvão ilegal do Pará também tem causado danos a trabalhadores. Na última lista empregadores que utilizaram mão de obra análoga à escravidão, publicada pelo Ministério do Trabalho, estão três carvoarias de Goianésia do Pará e Dom Eliseu (PA), ambos municípios fornecedores de carvão para siderúrgicas paraenses.
(aqui)
Postado por www.ribamarribeirojunior.blogspot.com às 13:20 0 comentários Links para esta postagem
Desenvolvimento: È isso? 2
As empresas Companhia Siderúrgica do Pará (Cosipar), Sidenorte Siderurgia Ltda e Sidepar Siderurgia do Pará S.A. tiveram ontem (23/11) seus acessos ao Sisflora bloqueados pelo Ibama. As três foram flagradas pela Operação Caça-Fantasma comprando 1.520 metros de carvão ilegal, o equivalente a 26 caminhões cheios, de uma firma de fachada, ou seja, criada apenas para comercializar créditos florestais. Além de autuadas, as siderúrgicas terão os estoques irregulares apreendidos. (Aqui)
(Foto: Ascom/IBAMA)
-------------------------------
Ibama anunciou nesta terça-feira (24) que proibiu três siderúrgicas de Marabá (PA) Pará de comprarem carvão vegetal. Segundo o instituto, elas foram flagradas adquirindo carvão de origem ilegal por meio de um esquema que envolvia falsificação de documentos. Entre as empresas está a maior siderúrgica do Pará, a Cosipar. De acordo com o Ibama, as empresas compraram 1.520 metros cúbicos de carvão de uma empresa de fachada, montada para falsificar documentos que autorizam a movimentação de madeira no sistema de controle estadual, o Sisflora. A Cosipar teria adquirido 1.130 m³, enquanto a Sidenorte teria comercializado 330 m³ e a Sidepar 60 m³. (aqui)
Ao longo dos anos, o consumo de carvão da mata fez da região de Carajás uma das mais desmatadas da região Norte. O município de Marabá (PA), onde estão instaladas as guseiras paraenses, é o terceiro mais devastado da Amazônia. Dos seus 15 mil quilômetros quadrados, 7,9 mil já foram derrubados, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A área equivale a cerca de cinco vezes o município de São Paulo.
Foto de satélite mostra a devastação ocorrida na região de Marabá (PA) entre 1984 e 2006. O município, onde ficam as guseiras paraenses, é o segundo mais desmatado da Amazônia. (Foto: Inpe/Divulgação)
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Trabalho escravo
Além de prejudicar a floresta, o carvão ilegal do Pará também tem causado danos a trabalhadores. Na última lista empregadores que utilizaram mão de obra análoga à escravidão, publicada pelo Ministério do Trabalho, estão três carvoarias de Goianésia do Pará e Dom Eliseu (PA), ambos municípios fornecedores de carvão para siderúrgicas paraenses.
(aqui)
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Desenvolvimento: È isso? 2
As empresas Companhia Siderúrgica do Pará (Cosipar), Sidenorte Siderurgia Ltda e Sidepar Siderurgia do Pará S.A. tiveram ontem (23/11) seus acessos ao Sisflora bloqueados pelo Ibama. As três foram flagradas pela Operação Caça-Fantasma comprando 1.520 metros de carvão ilegal, o equivalente a 26 caminhões cheios, de uma firma de fachada, ou seja, criada apenas para comercializar créditos florestais. Além de autuadas, as siderúrgicas terão os estoques irregulares apreendidos. (Aqui)
(Foto: Ascom/IBAMA)
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Ibama anunciou nesta terça-feira (24) que proibiu três siderúrgicas de Marabá (PA) Pará de comprarem carvão vegetal. Segundo o instituto, elas foram flagradas adquirindo carvão de origem ilegal por meio de um esquema que envolvia falsificação de documentos. Entre as empresas está a maior siderúrgica do Pará, a Cosipar. De acordo com o Ibama, as empresas compraram 1.520 metros cúbicos de carvão de uma empresa de fachada, montada para falsificar documentos que autorizam a movimentação de madeira no sistema de controle estadual, o Sisflora. A Cosipar teria adquirido 1.130 m³, enquanto a Sidenorte teria comercializado 330 m³ e a Sidepar 60 m³. (aqui)
Grampos da PF ligam genro de Lula a uma ‘quadrilha’
Marlene Bérgamo/Folha
Chama-se Marcelo Sato o genro de Lula. É marido de Lurian (foto), a filha mais velha do presidente.
Grampos telefônicos feitos pela Polícia Federal com ordem judicial captaram diálogos de Sato com o empresário João Quimio Nojiri.
O interlocutor do primeiro-genro foi preso pela PF em 21 de maio de 2008. É acusado de integrar uma quadrilha que operava em Santa Catarina e São Paulo.
Deve-se a informação ao repórter Gustavo Ribeiro. Ele teve acesso a relatórios e transcrições das escutas da PF. Levou os dados às páginas de Veja.
A voz do marido de Lurian soou na Operação Influenza. Envolve a apuração de crimes como lavagem de dinheiro, fraudes cambiais e tráfico de influência.
Os grampos revelam que Marcelo Sato recebeu do empresário Nojiri a mixaria de R$ 10 mil. Dinheiro que deveria repassar à mulher, Lurian.
Segundo a PF, o primeiro-genro atuou como lobista da quadrilha. Acompanharia processos em órgãos federais. Agendaria encontros com autoridades.
Num dos diálogos captados pela PF, o empresário Nojiri conversa com um amigo identificado nos relatórios policiais como Guilherme.
Fala de uma “necessidade” financeira da filha de Lula. Informa que vai "resolver a questão dela". Eis um trecho da conversa:
- Noriji: Eu precisava do rádio, do ID do rádio da Lurian.
- Guilherme: Eu não tenho.
- Noriji: Achei que você tinha o radio dela.
- Guilherme: Não, não tenho.
- Noriji: E como você fala com ela?
- Guilherme: MSN.
- Noriji: Tá bom, então. Eu estou conversando com ela por e-mail. Diz a ela que eu estou resolvendo a questão dela, de uma necessidade, até sexta feira. Para ela dar uma consultada na conta do marido [Marcelo Sato].
- Guilherme: Tem certeza que tem que ser na conta dele? Porque ele não vai dizer a ela que entrou e ele não autoriza a ficar checando conta...
Uma hora e trinta e cinco minutos depois dessa ligação, Nojiri conversa com sua secretária. Ordena que faça dois depósitos de R$ 5 mil na conta do genro de Lula:
- Noriji: Josi, aquele depósito. A Sacha te falou que tinha que fazer?
- Secretária: Depósito do Village?
- Noriji: Não, o outro. Do Marcelo [Sato].
- Secretária: Tá aguardando um ok do senhor, se é pra fazer na conta dele ou na conta da esposa.
- Noriji: Faz na conta dele mesmo. Dois depósitos de cinco, tá bom?.
- Secretária: Tá ótimo então. Vou falar pra fazer na conta dele.
Decorridos mais vinte minutos, Nojiri toca o telefone para Marcelo Sato. Tratam-se de maneira afetuosa:
- Nojiri: Oi, querido.
- Marcelo Sato: Fala, querido. Tudo bem?
- Noriji: Eu estou fazendo um negócio pra você, tá? Tô sabendo que você tá precisando. Conta com isso.
- Sato: Tá. Bom, a gente conversa direitinho...
Noutro diálogo pescado pelos grampos da PF, o genro Sato promete colocar o investigado Noriji, que seria preso meses depois, em contato com o sogro Lula.
A conversa é de 14 de fevereiro de 2008. Os interlocutores encontravam-se em Brasília:
- Nojiri: Tá, mas que horas você acha que é bom ir pra lá?
- Marcelo Sato: Ah, porque hoje ele vai receber o presidente de Guiné Equatorial. Era pras 15h. Ele tá atendendo agora a agenda das 13h45. Aí depois tem o presidente, tem a Dilma, tem o Múcio, aí a gente.
- Nojiri: Então, mas que horas você acha que a gente tem que ir pra lá?
- Sato: Umas 18h30, por aí. Em princípio, o Múcio tava pra umas 19h. Acho que ele vai antecipar tudo e a gente conversa com ele. Ele vai pro Chile e volta domingo [...]. [...]
- Nojiri: Onde você tá?
- Sato: Agora eu tô aqui saindo do [Palácio da] Alvorada.
- Nojiri: Você não quer encontrar antes da gente ir lá pro anexo?
- Sato: Se você quiser ir pra lá, pode ir. Porque eu já vou acertar direitinho lá no gabinete agora, entendeu?
- Nojiri: Pode deixar marcado. Deixa tudo certo. Tô falando pra conversar com você antes de eu te encontrar, pra ir junto pra lá. Que que você quer fazer?
- Sato: Quero sentar lá no Palácio agora, falar: ‘Vem pra cá tal hora, certinho, que a gente vai falar’.
A assessoria de Lula informa que não há registro de encontro de Nojiri com o presidente. O nome do investigado não consta da agenda oficial do dia (veja aaixo).
Ouvida a respeito dos R$ 10 mil providos por Nojiri, Lurian declarou: "Não conheço esse homem. Nunca ouvi falar dele e não sei de dinheiro nenhum".
O marido dela diz coisa diferente. Admite a proximidade do casal com o investigado, com quem diz manter uma amizade de dez anos.
Marcelo Sato afirma que os R$ 10 mil depositados pelo investigado Nojiri em sua conta decorreria de um empréstimo pessoal. Informa que já pagou a dívida.
O que diz Nojiri? Confirma o vínculo com o casal Sato-Lurian. Sobre o suposto empréstimo e o respectivo pagamento, desconversa: "Não me lembro desses detalhes".
Segundo a PF, Sato mantinha com Nojiri um relacionamento de mão dupla. Em vários diálogos grampeados o primeiro-genro apareceria agendando almoços, reuniões e audiências em Brasília.
Na versão da polícia, Sato contaria com o apoio do deputado federal Décio Lima (PT-SC).
Compadre da filha e do genro de Lula, o deputado Décio afirma não ter “nenhuma relação com esse pessoal” investigado pela PF.
Chama-se Marcelo Sato o genro de Lula. É marido de Lurian (foto), a filha mais velha do presidente.
Grampos telefônicos feitos pela Polícia Federal com ordem judicial captaram diálogos de Sato com o empresário João Quimio Nojiri.
O interlocutor do primeiro-genro foi preso pela PF em 21 de maio de 2008. É acusado de integrar uma quadrilha que operava em Santa Catarina e São Paulo.
Deve-se a informação ao repórter Gustavo Ribeiro. Ele teve acesso a relatórios e transcrições das escutas da PF. Levou os dados às páginas de Veja.
A voz do marido de Lurian soou na Operação Influenza. Envolve a apuração de crimes como lavagem de dinheiro, fraudes cambiais e tráfico de influência.
Os grampos revelam que Marcelo Sato recebeu do empresário Nojiri a mixaria de R$ 10 mil. Dinheiro que deveria repassar à mulher, Lurian.
Segundo a PF, o primeiro-genro atuou como lobista da quadrilha. Acompanharia processos em órgãos federais. Agendaria encontros com autoridades.
Num dos diálogos captados pela PF, o empresário Nojiri conversa com um amigo identificado nos relatórios policiais como Guilherme.
Fala de uma “necessidade” financeira da filha de Lula. Informa que vai "resolver a questão dela". Eis um trecho da conversa:
- Noriji: Eu precisava do rádio, do ID do rádio da Lurian.
- Guilherme: Eu não tenho.
- Noriji: Achei que você tinha o radio dela.
- Guilherme: Não, não tenho.
- Noriji: E como você fala com ela?
- Guilherme: MSN.
- Noriji: Tá bom, então. Eu estou conversando com ela por e-mail. Diz a ela que eu estou resolvendo a questão dela, de uma necessidade, até sexta feira. Para ela dar uma consultada na conta do marido [Marcelo Sato].
- Guilherme: Tem certeza que tem que ser na conta dele? Porque ele não vai dizer a ela que entrou e ele não autoriza a ficar checando conta...
Uma hora e trinta e cinco minutos depois dessa ligação, Nojiri conversa com sua secretária. Ordena que faça dois depósitos de R$ 5 mil na conta do genro de Lula:
- Noriji: Josi, aquele depósito. A Sacha te falou que tinha que fazer?
- Secretária: Depósito do Village?
- Noriji: Não, o outro. Do Marcelo [Sato].
- Secretária: Tá aguardando um ok do senhor, se é pra fazer na conta dele ou na conta da esposa.
- Noriji: Faz na conta dele mesmo. Dois depósitos de cinco, tá bom?.
- Secretária: Tá ótimo então. Vou falar pra fazer na conta dele.
Decorridos mais vinte minutos, Nojiri toca o telefone para Marcelo Sato. Tratam-se de maneira afetuosa:
- Nojiri: Oi, querido.
- Marcelo Sato: Fala, querido. Tudo bem?
- Noriji: Eu estou fazendo um negócio pra você, tá? Tô sabendo que você tá precisando. Conta com isso.
- Sato: Tá. Bom, a gente conversa direitinho...
Noutro diálogo pescado pelos grampos da PF, o genro Sato promete colocar o investigado Noriji, que seria preso meses depois, em contato com o sogro Lula.
A conversa é de 14 de fevereiro de 2008. Os interlocutores encontravam-se em Brasília:
- Nojiri: Tá, mas que horas você acha que é bom ir pra lá?
- Marcelo Sato: Ah, porque hoje ele vai receber o presidente de Guiné Equatorial. Era pras 15h. Ele tá atendendo agora a agenda das 13h45. Aí depois tem o presidente, tem a Dilma, tem o Múcio, aí a gente.
- Nojiri: Então, mas que horas você acha que a gente tem que ir pra lá?
- Sato: Umas 18h30, por aí. Em princípio, o Múcio tava pra umas 19h. Acho que ele vai antecipar tudo e a gente conversa com ele. Ele vai pro Chile e volta domingo [...]. [...]
- Nojiri: Onde você tá?
- Sato: Agora eu tô aqui saindo do [Palácio da] Alvorada.
- Nojiri: Você não quer encontrar antes da gente ir lá pro anexo?
- Sato: Se você quiser ir pra lá, pode ir. Porque eu já vou acertar direitinho lá no gabinete agora, entendeu?
- Nojiri: Pode deixar marcado. Deixa tudo certo. Tô falando pra conversar com você antes de eu te encontrar, pra ir junto pra lá. Que que você quer fazer?
- Sato: Quero sentar lá no Palácio agora, falar: ‘Vem pra cá tal hora, certinho, que a gente vai falar’.
A assessoria de Lula informa que não há registro de encontro de Nojiri com o presidente. O nome do investigado não consta da agenda oficial do dia (veja aaixo).
Ouvida a respeito dos R$ 10 mil providos por Nojiri, Lurian declarou: "Não conheço esse homem. Nunca ouvi falar dele e não sei de dinheiro nenhum".
O marido dela diz coisa diferente. Admite a proximidade do casal com o investigado, com quem diz manter uma amizade de dez anos.
Marcelo Sato afirma que os R$ 10 mil depositados pelo investigado Nojiri em sua conta decorreria de um empréstimo pessoal. Informa que já pagou a dívida.
O que diz Nojiri? Confirma o vínculo com o casal Sato-Lurian. Sobre o suposto empréstimo e o respectivo pagamento, desconversa: "Não me lembro desses detalhes".
Segundo a PF, Sato mantinha com Nojiri um relacionamento de mão dupla. Em vários diálogos grampeados o primeiro-genro apareceria agendando almoços, reuniões e audiências em Brasília.
Na versão da polícia, Sato contaria com o apoio do deputado federal Décio Lima (PT-SC).
Compadre da filha e do genro de Lula, o deputado Décio afirma não ter “nenhuma relação com esse pessoal” investigado pela PF.
OAB-DF cogita pedir impeachment do ‘demo’ Arruda
OAB-DF cogita pedir impeachment do ‘demo’ Arruda
Fábio Pozzebom/ABr
De candidato à reeleição, José Roberto Arruda, único governador do DEM, tornou-se candidato a protagonista de um processo de impeachment.
A seccional do DF da OAB cogita patrocinar o pedido. “Estamos montando o processo”, diz a doutora Estefânia Viveiros, presidente da entidade.
“Na segunda-feira, vamos designar relator para analisar as provas dos autos”. Se prosperar, a petição será protocolada na Câmara Distrital.
Está para o DF assim como as Assembléias Legislativas estão para os Estados. Há, porém, um problema. Um não. Vários.
Arruda foi pilhado numa reedição do caso do mensalão. Descobriu-se que paga mesada a deputados distritais.
Impedido o governador, deveria assumir o vice Paulo Octácio (DEM). Porém...
Porém, Paulo Octávio, dono de uma construtora, frequenta as páginas do inquérito como um dos provedores do mensalão brasiliense.
Impedidos Arruda e Octácvio, deveria assumir o presidente da Câmara Distrital, Leonardo Prudente (DEM). Porém...
Porém, Prudente é acusado de ter cometido a imprudência de beliscar mesadas do Palácio do Buriti, sede do governo do DF.
Inviabilizados Arruda, Octávio e Prudente, restaria entregar o governo do DF ao presidente do Tribunal de Justiça local.
Governista no Congresso Nacional, o PT é oposição no legislativo do DF. O peismo acena com a adesão ao pedido de impeachment de Arruda.
Gato escaldado, o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, lavou a fúria com água fria no twitter:
“Não defendo o impeachment do Arruda. Não devemos agir como o DEM. Defendo que as investigações sejam feitas, com serenidade, sem baixaria”.
Neste sábado (28), a Comissão de Ética da Câmara Distrital realiza uma reunião de emergência. Tenta definir o tratamento a ser dispensado aos seus mensaleiros.
Os devoradores de mesadas são contados, por ora, em uma dezena. Nada assegura que o número não vá crescer.
É de perguntar: Terá restado alguma réstia de ética numa Casa assim, tão carunchada? Dificilmente.
Em litígio com os fatos, o governador Arruda não se deu por achado. A voz dele soa em gravações captadas por meio de escuta ambiental.
Ainda assim, o governador José ‘Poliana’ Arruda nega participação nos malfeitos.
- Em tempo: O inquérito do mensalão de Arruda está acomodado em três volumes e três apensos.
Os volumes estão disponíveis aqui, aqui e aqui. Os apensos podem ser lidos aqui, aqui e aqui.
O material vale o desperdício de um naco de tempo do leitor neste final de semana.
O calhamaço compõe um quadro de degenerescência que deve se repetir em muitos Estados.
Escrito por Josias de Souza
Fábio Pozzebom/ABr
De candidato à reeleição, José Roberto Arruda, único governador do DEM, tornou-se candidato a protagonista de um processo de impeachment.
A seccional do DF da OAB cogita patrocinar o pedido. “Estamos montando o processo”, diz a doutora Estefânia Viveiros, presidente da entidade.
“Na segunda-feira, vamos designar relator para analisar as provas dos autos”. Se prosperar, a petição será protocolada na Câmara Distrital.
Está para o DF assim como as Assembléias Legislativas estão para os Estados. Há, porém, um problema. Um não. Vários.
Arruda foi pilhado numa reedição do caso do mensalão. Descobriu-se que paga mesada a deputados distritais.
Impedido o governador, deveria assumir o vice Paulo Octácio (DEM). Porém...
Porém, Paulo Octávio, dono de uma construtora, frequenta as páginas do inquérito como um dos provedores do mensalão brasiliense.
Impedidos Arruda e Octácvio, deveria assumir o presidente da Câmara Distrital, Leonardo Prudente (DEM). Porém...
Porém, Prudente é acusado de ter cometido a imprudência de beliscar mesadas do Palácio do Buriti, sede do governo do DF.
Inviabilizados Arruda, Octávio e Prudente, restaria entregar o governo do DF ao presidente do Tribunal de Justiça local.
Governista no Congresso Nacional, o PT é oposição no legislativo do DF. O peismo acena com a adesão ao pedido de impeachment de Arruda.
Gato escaldado, o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, lavou a fúria com água fria no twitter:
“Não defendo o impeachment do Arruda. Não devemos agir como o DEM. Defendo que as investigações sejam feitas, com serenidade, sem baixaria”.
Neste sábado (28), a Comissão de Ética da Câmara Distrital realiza uma reunião de emergência. Tenta definir o tratamento a ser dispensado aos seus mensaleiros.
Os devoradores de mesadas são contados, por ora, em uma dezena. Nada assegura que o número não vá crescer.
É de perguntar: Terá restado alguma réstia de ética numa Casa assim, tão carunchada? Dificilmente.
Em litígio com os fatos, o governador Arruda não se deu por achado. A voz dele soa em gravações captadas por meio de escuta ambiental.
Ainda assim, o governador José ‘Poliana’ Arruda nega participação nos malfeitos.
- Em tempo: O inquérito do mensalão de Arruda está acomodado em três volumes e três apensos.
Os volumes estão disponíveis aqui, aqui e aqui. Os apensos podem ser lidos aqui, aqui e aqui.
O material vale o desperdício de um naco de tempo do leitor neste final de semana.
O calhamaço compõe um quadro de degenerescência que deve se repetir em muitos Estados.
Escrito por Josias de Souza
PT quer investigação e não impeachment já para Arruda
(DEU NO bLOGGER DO jUVENCIO
O presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), acaba de postar em seu microblog Twitter que não acha correto pedir já o impeachment do governador do Distrito Federal, José Roberto Arrura (DEM), envolvido em um possível caso de mensalão em Brasília.
“Não defendo o impeachment do Arruda. Não devemos agir como o DEM. Defendo que as investigações sejam feitas, com serenidade, sem baixaria”, escreveu Berzoini.
Essa atitude mais comedida do PT passou a ser uma regra desde que o próprio partido enfrentou o seu mensalão, em 2005.
Nos últimos tempos, antes de explodir o caso contra Arruda neste fim de semana (todos os detalhes nos posts abaixo), havia quem dentro do PT defendesse o apoio do partido para a reeleição do “demo” como governador de Brasília em 2010. Um dos simpáticos a essa ideia era José Dirceu –que foi um dos cassados no caso do mensalão do PT.
P.S.: na noite de sábado, depois de assistir aos vídeos de Arruda e assessores recebendo dinheiro, Berzoini voltou a postar no Twitter sobre o caso. E, novamente, colocou em dúvida a simples saída do governador do cargo: "Depois das cenas do Arruda na TV, fica ainda mais crítica a situação institucional do DF. De acordo com o inquérito, o governador e o vice.....vários deputados distritais e membros do judiciário podem estar envolvidos. CPI? Com a composição da Câmara Ditrital pode dar em nada...Se Arruda renunciar (já disse que não vai), quem pode assumir? Tudo isso a menos de um ano das eleições. É preciso encontrar uma saída. Mas os vídeos e audios de Arruda tiram qualquer autoridade para ele continuar no governo. A questão é: qual a saída dentro da legalidade".
O presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), acaba de postar em seu microblog Twitter que não acha correto pedir já o impeachment do governador do Distrito Federal, José Roberto Arrura (DEM), envolvido em um possível caso de mensalão em Brasília.
“Não defendo o impeachment do Arruda. Não devemos agir como o DEM. Defendo que as investigações sejam feitas, com serenidade, sem baixaria”, escreveu Berzoini.
Essa atitude mais comedida do PT passou a ser uma regra desde que o próprio partido enfrentou o seu mensalão, em 2005.
Nos últimos tempos, antes de explodir o caso contra Arruda neste fim de semana (todos os detalhes nos posts abaixo), havia quem dentro do PT defendesse o apoio do partido para a reeleição do “demo” como governador de Brasília em 2010. Um dos simpáticos a essa ideia era José Dirceu –que foi um dos cassados no caso do mensalão do PT.
P.S.: na noite de sábado, depois de assistir aos vídeos de Arruda e assessores recebendo dinheiro, Berzoini voltou a postar no Twitter sobre o caso. E, novamente, colocou em dúvida a simples saída do governador do cargo: "Depois das cenas do Arruda na TV, fica ainda mais crítica a situação institucional do DF. De acordo com o inquérito, o governador e o vice.....vários deputados distritais e membros do judiciário podem estar envolvidos. CPI? Com a composição da Câmara Ditrital pode dar em nada...Se Arruda renunciar (já disse que não vai), quem pode assumir? Tudo isso a menos de um ano das eleições. É preciso encontrar uma saída. Mas os vídeos e audios de Arruda tiram qualquer autoridade para ele continuar no governo. A questão é: qual a saída dentro da legalidade".
Arruda recusa renúncia, fica no governo e vai se defender
O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), decidiu neste sábado (28.nov.2009) que vai permanecer no cargo e se defender. Acusado de patrocinar um “mensalão do DEM” para pagar regularmente com propinas seus aliados (detalhes nos posts abaixo), ele analisou 3 hipóteses possíveis com seus assessores –ficar no cargo, pedir uma licença ou renunciar.
Arruda decidiu-se pela permanência na função depois de considerar o seguinte:
1) se renunciar ou pedir licença, correria risco real de ter sua prisão decretada. Estaria acabado politicamente ainda de maneira mais rápida;
2) muitos políticos estão implicados nas apurações da Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, inclusive o vice-governador, Paulo Octávio, e cerca de uma dezena de deputados distritais. Como é a Câmara Legislativa do DF (equivalente às Assembléias Legislativa nos Estados) que vai decidir sobre um afastamento ou impeachment, haveria uma certa margem para manobrar o cenário político por algum tempo;
3) a linha de defesa será a de tentar desqualificar o ex-secretário de Relações Institucionais de Brasília, Durval Barbosa, que gravou uma conversa com Arruda em 21.out.2009 (transcrição aqui). A defesa do governador de Brasília argumentará que Durval tentou induzir o governador a mencionar pessoas no momento de dividir os R$ 400 mil que estavam à mesa na hora da conversa. Por exemplo, no diálogo a seguir, Durval começa a mencionar nomes de pessoas para as quais valores seriam supostamente entregues: “... Só veio pro Valente. Deu 60 pro Valente, 60 pro Gibrail mais o Fábio Simão [chefe de gabinete de Arruda], que são donos da área financeira, né? E não pode... e não tem jeito. Aí, fico...sobrou 78”. Na sua resposta, Arruda muda de assunto e não confirma nem nega esses valores que teriam ido para os bolsos das pessoas citadas. A defesa vai se apegar a essa filigrana para dizer que houve um jogo de indução. É um argumento, por óbvio, muito frágil. Mas os advogados de Arruda acham que podem ganhar tempo. Vão também dizer que o governador se sentia ameaçado por Durval Barbosa e o mantinha no governo com medo de represálias por conta de negócios passados.
O consultor jurídico do governo do Distrito Federal, Eduardo Roriz, um procurador de carreira há 22 anos, diz não ver "motivos para a retirada do governador". Para Eduardo Roriz (nenhum parentesco dom Joaquim Roriz, só uma coincidência de nomes), "trata-se de uma apuração a ser feita no âmbito administrativo e todas as providências serão tomadas e publicadas no Diário Oficial de 3a feira". A publicação será só na 3a feira porque 2a feira é dia do evangélico, um feriado local em Brasília. "Vamos colaborar com as apurações. O importante é isso", afirma Eduardo Roriz.
Por mais surreal e absurda que possa parecer a defesa de Arruda, essa é a linha adotada: ficar no governo e resistir. Já quanto ao futuro político-eleitoral do governador poucos têm dúvida. É unânime a opinião de que o único governador do Brasil filiado ao Democratas chegou a um ponto final. No ano que vem, Arruda não deve ser candidato a nada, mesmo que consiga ficar no cargo até lá. Seu único objetivo será tentar barrar a volta de Joaquim Roriz (hoje no PSC), um ex-governador e grande desafeto que tentará voltar a governar Brasília. Para impedir a volta Roriz, o grupo de Arruda considera montar uma aliança entre o PT e o PMDB no Distrito Federal.
Essa posição de Arruda explica, em parte, a posição da direção do PT (post abaixo) de não pedir imediatamente o impeachment de Arruda. Os petistas acham sempre bom quando um "demo" sangra em público por algum tempo, mas são pragmáticos. Consideram melhor ainda ter esse político em desgraça dando apoio nos bastidores na operação de bombardear o principal adversário do PT em Brasília, Joaquim Roriz.
Arruda decidiu-se pela permanência na função depois de considerar o seguinte:
1) se renunciar ou pedir licença, correria risco real de ter sua prisão decretada. Estaria acabado politicamente ainda de maneira mais rápida;
2) muitos políticos estão implicados nas apurações da Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, inclusive o vice-governador, Paulo Octávio, e cerca de uma dezena de deputados distritais. Como é a Câmara Legislativa do DF (equivalente às Assembléias Legislativa nos Estados) que vai decidir sobre um afastamento ou impeachment, haveria uma certa margem para manobrar o cenário político por algum tempo;
3) a linha de defesa será a de tentar desqualificar o ex-secretário de Relações Institucionais de Brasília, Durval Barbosa, que gravou uma conversa com Arruda em 21.out.2009 (transcrição aqui). A defesa do governador de Brasília argumentará que Durval tentou induzir o governador a mencionar pessoas no momento de dividir os R$ 400 mil que estavam à mesa na hora da conversa. Por exemplo, no diálogo a seguir, Durval começa a mencionar nomes de pessoas para as quais valores seriam supostamente entregues: “... Só veio pro Valente. Deu 60 pro Valente, 60 pro Gibrail mais o Fábio Simão [chefe de gabinete de Arruda], que são donos da área financeira, né? E não pode... e não tem jeito. Aí, fico...sobrou 78”. Na sua resposta, Arruda muda de assunto e não confirma nem nega esses valores que teriam ido para os bolsos das pessoas citadas. A defesa vai se apegar a essa filigrana para dizer que houve um jogo de indução. É um argumento, por óbvio, muito frágil. Mas os advogados de Arruda acham que podem ganhar tempo. Vão também dizer que o governador se sentia ameaçado por Durval Barbosa e o mantinha no governo com medo de represálias por conta de negócios passados.
O consultor jurídico do governo do Distrito Federal, Eduardo Roriz, um procurador de carreira há 22 anos, diz não ver "motivos para a retirada do governador". Para Eduardo Roriz (nenhum parentesco dom Joaquim Roriz, só uma coincidência de nomes), "trata-se de uma apuração a ser feita no âmbito administrativo e todas as providências serão tomadas e publicadas no Diário Oficial de 3a feira". A publicação será só na 3a feira porque 2a feira é dia do evangélico, um feriado local em Brasília. "Vamos colaborar com as apurações. O importante é isso", afirma Eduardo Roriz.
Por mais surreal e absurda que possa parecer a defesa de Arruda, essa é a linha adotada: ficar no governo e resistir. Já quanto ao futuro político-eleitoral do governador poucos têm dúvida. É unânime a opinião de que o único governador do Brasil filiado ao Democratas chegou a um ponto final. No ano que vem, Arruda não deve ser candidato a nada, mesmo que consiga ficar no cargo até lá. Seu único objetivo será tentar barrar a volta de Joaquim Roriz (hoje no PSC), um ex-governador e grande desafeto que tentará voltar a governar Brasília. Para impedir a volta Roriz, o grupo de Arruda considera montar uma aliança entre o PT e o PMDB no Distrito Federal.
Essa posição de Arruda explica, em parte, a posição da direção do PT (post abaixo) de não pedir imediatamente o impeachment de Arruda. Os petistas acham sempre bom quando um "demo" sangra em público por algum tempo, mas são pragmáticos. Consideram melhor ainda ter esse político em desgraça dando apoio nos bastidores na operação de bombardear o principal adversário do PT em Brasília, Joaquim Roriz.
IMPEACHMENT
A Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal informou no fim da noite de sexta-feira que vai estudar o inquérito que motivou a operação Caixa de Pandora da Polícia Federal, na qual o governador José Roberto Arruda (DEM) aparece envolvido em um esquema de propina para a base aliada na Câmara Legislativa.
"A decisão foi anunciada pela presidente da Seccional, Estefânia Viveiros, depois de reunião de emergência com o vice-presidente Ibaneis Rocha. Caso haja elementos para pedir o impeachment, a proposta será submetida ao Conselho Pleno, órgão máximo da entidade", escreveu a OAB-DF em nota divulgada no site do órgão.
Oposicionistas de Arruda, que é o único governador do DEM no país, falam em pedir a cassação dele. "Temos que pedir a documentação e analisar a responsabilidade nos autos do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Se houver indícios fortes, o governador pode sofrer impeachment, sim", disse o deputado distrital Cabo Patrício (PT) a jornalistas.
Divulgado na sexta-feira, o inquérito do STJ aponta gravações em que o ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa e Arruda supostamente falam sobre ratear dinheiro entre membros do primeiro escalão do governo. O vice-governador, Paulo Octávio, também é citado nas transcrições.
"A decisão foi anunciada pela presidente da Seccional, Estefânia Viveiros, depois de reunião de emergência com o vice-presidente Ibaneis Rocha. Caso haja elementos para pedir o impeachment, a proposta será submetida ao Conselho Pleno, órgão máximo da entidade", escreveu a OAB-DF em nota divulgada no site do órgão.
Oposicionistas de Arruda, que é o único governador do DEM no país, falam em pedir a cassação dele. "Temos que pedir a documentação e analisar a responsabilidade nos autos do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Se houver indícios fortes, o governador pode sofrer impeachment, sim", disse o deputado distrital Cabo Patrício (PT) a jornalistas.
Divulgado na sexta-feira, o inquérito do STJ aponta gravações em que o ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa e Arruda supostamente falam sobre ratear dinheiro entre membros do primeiro escalão do governo. O vice-governador, Paulo Octávio, também é citado nas transcrições.
Vídeo escancara Arruda recebendo maço de dinheiro
Deu no Bloger do Juvencio
Sob José Roberto Arruda (DEM), o vaivém de maços de dinheiro e os diálogos sobre propinas são tão desavergonhados que se esvaiu o benefício da dúvida.
A coisa foi toda registrada em vídeo e áudio. Você pode conferir nas peças acomodadas aí no alto e lá no rodapé.
Durval Barbosa, secretário de Relações Institucionais da gestão Arruda até a última sexta-feira (27), colecionou três dezenas de vídeos.
Entregou-os ao Ministério Público e à Polícia Federal. Num deles, Arruda leva as mãos a um maço de dinheiro.
A cena se passa num gabinete da estatal Codeplan (Cia. de Planejamento do GDF), onde Durval dava expediente antes de virar secretário.
Ao receber a dinheirama, Arruda pede uma “cesta”. Durval enfia as notas num envelope pardo. O governador exala preocupação.
Arruda menciona a hipótese de Durval levar o dinheiro à casa dele. Súbito, entra na sala uma terceira pessoa. Arruda a chama pelo nome: Rodrigo.
Seria um filho adotivo do governador. Arruda pede a Rodrigo que leve o dinheiro para o carro. É atendido.
Noutro vídeo, Durval Barbosa despeja maços de dinheiro numa pasta manuseada por Omézio Pontes, assessor de imprensa do governador Arruda.
Para a PF e o MP, o dinheiro é proveniente de propina paga por fornecedores do GDF.
O secretário de Ordem Pública e corregedor do governo Arruda, Roberto Giffoni, disse que as imagens são "velhas", de 2005.
Afirmou que o dinheiro recolhido por Arruda destinava-se a ações sociais. José Gerardo Grossi, advogado do governador, saiu-se com uma alegação natalina.
Segundo Grossi, o dinheiro que salta das imagens foi usado para comprar panetones, distribuídos a pessoas carentes no DF.
Durval Barbosa, demitido por Arruda na tarde de sexta (27), tornou-se um delator premiado. Colabora com a PF e o MP em troca da promessa de redução de pena.
Nessa condição, foi a uma reunião com Arruda com equipamentos de escuta ambiental grudados ao corpo. Captaram-se diálogos estarrecedores.
As cifras saltitam das conversas como pulgas no dorso de um cão sarnento. Em depoimento à PF, Durval esmiuçou a natureza dos repasses.
Disse que Arruda lhe solicitava dinheiro periodicamente, de 15 em 15 dias. Grana para o pagamento de despesas pessoais.
Arruda não era beneficiário solitário. Durval mencionou no depoimento a partilha de R$ 178 mil.
Segundo o ex-secretário, o montante foi dividido entre o governador (40%), o vice-governador Paulo Octávio (30%)...
...O assessor de imprensa Omézio Pontes (10%) e o chefe da Casa Civil do GDF, José Geraldo Maciel (10%).
A aplicação dos 10% que sobraram ficou à espera de um “comando” do governador.
Afora o enriquecimento pessoal, a dinheirama proveniente das propinas prestava-se à compra de deputados na Câmara Distrital, o legislativo do DF.
A escuta escondida nas roupas de Durval captou, em 21 de outubro passado, cerca de 55 minutos de conversa.
A voz de Arruda soa na fita alta, límpida e clara. Num trecho, o governador não deixa dúvidas quanto à destinação dos “panetones”. Alimentava um Demensalão, o mensalão do DEM.
“Aquela despesa mensal com político hoje está em quanto?”, pergunta Arruda. Noutro trecho, o governador inquire sobre a quantia disponível no dia.
- Arruda: Hoje, tem disponível isso aqui?
- Durval: Hoje, tem isso para você fazer o que você quiser, para pagar missão. Agora, se for na coisa normal, no dia a dia, no comum, você teria hoje 400 disponível para entregar a quem você quisesse.
- Arruda: Ótimo.
A depravação é tamanha que a platéia olha para Brasília com saudades do tempo em que as pessoas eram mais puras. Como em Sodoma e Gomorra, por exemplo.
Sob José Roberto Arruda (DEM), o vaivém de maços de dinheiro e os diálogos sobre propinas são tão desavergonhados que se esvaiu o benefício da dúvida.
A coisa foi toda registrada em vídeo e áudio. Você pode conferir nas peças acomodadas aí no alto e lá no rodapé.
Durval Barbosa, secretário de Relações Institucionais da gestão Arruda até a última sexta-feira (27), colecionou três dezenas de vídeos.
Entregou-os ao Ministério Público e à Polícia Federal. Num deles, Arruda leva as mãos a um maço de dinheiro.
A cena se passa num gabinete da estatal Codeplan (Cia. de Planejamento do GDF), onde Durval dava expediente antes de virar secretário.
Ao receber a dinheirama, Arruda pede uma “cesta”. Durval enfia as notas num envelope pardo. O governador exala preocupação.
Arruda menciona a hipótese de Durval levar o dinheiro à casa dele. Súbito, entra na sala uma terceira pessoa. Arruda a chama pelo nome: Rodrigo.
Seria um filho adotivo do governador. Arruda pede a Rodrigo que leve o dinheiro para o carro. É atendido.
Noutro vídeo, Durval Barbosa despeja maços de dinheiro numa pasta manuseada por Omézio Pontes, assessor de imprensa do governador Arruda.
Para a PF e o MP, o dinheiro é proveniente de propina paga por fornecedores do GDF.
O secretário de Ordem Pública e corregedor do governo Arruda, Roberto Giffoni, disse que as imagens são "velhas", de 2005.
Afirmou que o dinheiro recolhido por Arruda destinava-se a ações sociais. José Gerardo Grossi, advogado do governador, saiu-se com uma alegação natalina.
Segundo Grossi, o dinheiro que salta das imagens foi usado para comprar panetones, distribuídos a pessoas carentes no DF.
Durval Barbosa, demitido por Arruda na tarde de sexta (27), tornou-se um delator premiado. Colabora com a PF e o MP em troca da promessa de redução de pena.
Nessa condição, foi a uma reunião com Arruda com equipamentos de escuta ambiental grudados ao corpo. Captaram-se diálogos estarrecedores.
As cifras saltitam das conversas como pulgas no dorso de um cão sarnento. Em depoimento à PF, Durval esmiuçou a natureza dos repasses.
Disse que Arruda lhe solicitava dinheiro periodicamente, de 15 em 15 dias. Grana para o pagamento de despesas pessoais.
Arruda não era beneficiário solitário. Durval mencionou no depoimento a partilha de R$ 178 mil.
Segundo o ex-secretário, o montante foi dividido entre o governador (40%), o vice-governador Paulo Octávio (30%)...
...O assessor de imprensa Omézio Pontes (10%) e o chefe da Casa Civil do GDF, José Geraldo Maciel (10%).
A aplicação dos 10% que sobraram ficou à espera de um “comando” do governador.
Afora o enriquecimento pessoal, a dinheirama proveniente das propinas prestava-se à compra de deputados na Câmara Distrital, o legislativo do DF.
A escuta escondida nas roupas de Durval captou, em 21 de outubro passado, cerca de 55 minutos de conversa.
A voz de Arruda soa na fita alta, límpida e clara. Num trecho, o governador não deixa dúvidas quanto à destinação dos “panetones”. Alimentava um Demensalão, o mensalão do DEM.
“Aquela despesa mensal com político hoje está em quanto?”, pergunta Arruda. Noutro trecho, o governador inquire sobre a quantia disponível no dia.
- Arruda: Hoje, tem disponível isso aqui?
- Durval: Hoje, tem isso para você fazer o que você quiser, para pagar missão. Agora, se for na coisa normal, no dia a dia, no comum, você teria hoje 400 disponível para entregar a quem você quisesse.
- Arruda: Ótimo.
A depravação é tamanha que a platéia olha para Brasília com saudades do tempo em que as pessoas eram mais puras. Como em Sodoma e Gomorra, por exemplo.
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Deputados usaram verba da Câmara em campanhas
ALAN GRIPP e RANIER BRAGON
FOLHA DE SÃO PAULO - DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em um período em que o Congresso ficou praticamente entregue às moscas, deputados federais usaram recursos destinados ao suporte de suas atividades legislativas para custear gastos da campanha de 2008.
Os documentos secretos da verba indenizatória nos últimos quatro meses do ano passado, obtidos pela Folha por determinação judicial, revelam que pelo menos sete parlamentares envolvidos nas eleições usaram o dinheiro da Câmara para alugar carros e aeronaves para atividades de campanha e acomodar assessores em hotéis. Instituída em 2001, a verba deveria ser destinada apenas a atividades "diretamente relacionadas ao exercício da atividade parlamentar".
Um dos expoentes da Câmara, o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) utilizou parte da verba indenizatória na disputa à Prefeitura do Rio em 2008: usou R$ 6.600 para alugar o carro que o transportou durante a campanha. Gabeira disse não considerar incorreta a atitude, porque a Câmara permite o aluguel de carros e porque ele repassou um carro seu (um Gol) para uso do gabinete.
"O meu carro, se me permite a expressão, não há cu de peruano que aguente. Os caras andavam comigo em um Gol, não dava para colocar quatro pessoas", disse ele -que, após as eleições, não cobrou mais da Câmara gastos com aluguel de carro. Gabeira disse que isso ocorreu porque ele comprou um carro para uso do gabinete.
Principal articulador das campanhas peemedebistas no Pará, Jader Barbalho apresentou no período notas fiscais de R$ 22,8 mil da Locatur Máquinas. Um dos sócios da empresa, que se identificou apenas como Amintas, afirmou que Jader alugou ônibus e caminhonetes para várias cidades do Estado.
"Foram várias locações que fizemos para ele. Ônibus e camionetes. [A locação foi feita] na cidade de Tucuruí. Daqui ele mandou para vários lugares na região, para Belém..."
Entre outras eleições, Jader participou da que resultou na vitória de seu filho, Helder Barbalho, em Ananindeua. Seu gabinete disse que os veículos não foram usados em campanha, e que é rotina do deputado viajar ao interior do Estado, o que explicaria o aluguel.
Para coordenar as campanhas do PSDB em Minas, o presidente regional do partido, deputado Paulo Abi-Ackel (MG), transferiu, segundo suas próprias palavras, o gabinete de Brasília para Governador Valadares, sua base eleitoral.
Levou parte de sua equipe e a hospedou na pousada Jeito de Minas. A conta foi paga pela Câmara: R$ 8.898,52. "Se você é deputado, tem de participar das eleições municipais. Esse tipo de atividade é atividade do parlamentar. Eu não era candidato a nada", disse Abi-Ackel.
Narcio Rodrigues, também do PSDB mineiro, apresentou nota de hospedagem em Frutal (MG) em 7 de outubro, dois dias após o primeiro turno, e teve reembolso de R$ 2.000.
"Toda a minha base de campanha é na região de Frutal, é a minha terra. É muito difícil você dizer em que hora você está no exercício do mandato e em que hora você está em uma atividade partidária", justifica.
O deputado disse não se lembrar se a hospedagem foi só dele ou também incluiu assessores. Seu gabinete requisitou a nota à Câmara na manhã de quinta, mas disse não ter obtido uma resposta até ontem.
Aluguel de aviões
O aluguel de aeronaves também foi usado por deputados para acompanhar com agilidade os eventos eleitorais nos vários municípios em que correligionários eram candidatos.
Em setembro, Giovanni Queiroz (PDT-PA) gastou R$ 28.296 em cinco empresas de táxi aéreo. "[Se] eu negar que tenha voado para o encontro de demandas eleitorais, estarei mentindo", disse: "O pessoal me cobra, eu tenho que ir."
Fábio Ramalho (PV-MG) também recebeu reembolso de aluguel de helicópteros para percorrer municípios de sua região nas semanas anteriores às eleições. "Usei porque eu posso usar para deslocamento. Não é vedado. A não ser que fosse para a minha campanha."
Em 31 de outubro, cinco dias após o segundo turno, Paulo Rocha (PT-PA) gastou R$ 4.960 no Muiraquitã Hotel, em Belém, onde participou da campanha apoiando o candidato derrotado à prefeitura José Priante (PMDB). Além dele, ficaram hospedados assessores.
Rocha disse que seus assessores não atuaram na campanha, mas em trabalhos relacionados à sua atividade parlamentar: "Eu estava na atividade eleitoral, eles não". Disse que os assessores sempre o auxiliam em trabalhos no Estado, e não só naquele período. Em novembro e dezembro, após as eleições, não houve gastos com hotel. Em 2009, a média mensal é bem abaixo dos gastos de outubro de 2008: R$ 365.
FOLHA DE SÃO PAULO - DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em um período em que o Congresso ficou praticamente entregue às moscas, deputados federais usaram recursos destinados ao suporte de suas atividades legislativas para custear gastos da campanha de 2008.
Os documentos secretos da verba indenizatória nos últimos quatro meses do ano passado, obtidos pela Folha por determinação judicial, revelam que pelo menos sete parlamentares envolvidos nas eleições usaram o dinheiro da Câmara para alugar carros e aeronaves para atividades de campanha e acomodar assessores em hotéis. Instituída em 2001, a verba deveria ser destinada apenas a atividades "diretamente relacionadas ao exercício da atividade parlamentar".
Um dos expoentes da Câmara, o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) utilizou parte da verba indenizatória na disputa à Prefeitura do Rio em 2008: usou R$ 6.600 para alugar o carro que o transportou durante a campanha. Gabeira disse não considerar incorreta a atitude, porque a Câmara permite o aluguel de carros e porque ele repassou um carro seu (um Gol) para uso do gabinete.
"O meu carro, se me permite a expressão, não há cu de peruano que aguente. Os caras andavam comigo em um Gol, não dava para colocar quatro pessoas", disse ele -que, após as eleições, não cobrou mais da Câmara gastos com aluguel de carro. Gabeira disse que isso ocorreu porque ele comprou um carro para uso do gabinete.
Principal articulador das campanhas peemedebistas no Pará, Jader Barbalho apresentou no período notas fiscais de R$ 22,8 mil da Locatur Máquinas. Um dos sócios da empresa, que se identificou apenas como Amintas, afirmou que Jader alugou ônibus e caminhonetes para várias cidades do Estado.
"Foram várias locações que fizemos para ele. Ônibus e camionetes. [A locação foi feita] na cidade de Tucuruí. Daqui ele mandou para vários lugares na região, para Belém..."
Entre outras eleições, Jader participou da que resultou na vitória de seu filho, Helder Barbalho, em Ananindeua. Seu gabinete disse que os veículos não foram usados em campanha, e que é rotina do deputado viajar ao interior do Estado, o que explicaria o aluguel.
Para coordenar as campanhas do PSDB em Minas, o presidente regional do partido, deputado Paulo Abi-Ackel (MG), transferiu, segundo suas próprias palavras, o gabinete de Brasília para Governador Valadares, sua base eleitoral.
Levou parte de sua equipe e a hospedou na pousada Jeito de Minas. A conta foi paga pela Câmara: R$ 8.898,52. "Se você é deputado, tem de participar das eleições municipais. Esse tipo de atividade é atividade do parlamentar. Eu não era candidato a nada", disse Abi-Ackel.
Narcio Rodrigues, também do PSDB mineiro, apresentou nota de hospedagem em Frutal (MG) em 7 de outubro, dois dias após o primeiro turno, e teve reembolso de R$ 2.000.
"Toda a minha base de campanha é na região de Frutal, é a minha terra. É muito difícil você dizer em que hora você está no exercício do mandato e em que hora você está em uma atividade partidária", justifica.
O deputado disse não se lembrar se a hospedagem foi só dele ou também incluiu assessores. Seu gabinete requisitou a nota à Câmara na manhã de quinta, mas disse não ter obtido uma resposta até ontem.
Aluguel de aviões
O aluguel de aeronaves também foi usado por deputados para acompanhar com agilidade os eventos eleitorais nos vários municípios em que correligionários eram candidatos.
Em setembro, Giovanni Queiroz (PDT-PA) gastou R$ 28.296 em cinco empresas de táxi aéreo. "[Se] eu negar que tenha voado para o encontro de demandas eleitorais, estarei mentindo", disse: "O pessoal me cobra, eu tenho que ir."
Fábio Ramalho (PV-MG) também recebeu reembolso de aluguel de helicópteros para percorrer municípios de sua região nas semanas anteriores às eleições. "Usei porque eu posso usar para deslocamento. Não é vedado. A não ser que fosse para a minha campanha."
Em 31 de outubro, cinco dias após o segundo turno, Paulo Rocha (PT-PA) gastou R$ 4.960 no Muiraquitã Hotel, em Belém, onde participou da campanha apoiando o candidato derrotado à prefeitura José Priante (PMDB). Além dele, ficaram hospedados assessores.
Rocha disse que seus assessores não atuaram na campanha, mas em trabalhos relacionados à sua atividade parlamentar: "Eu estava na atividade eleitoral, eles não". Disse que os assessores sempre o auxiliam em trabalhos no Estado, e não só naquele período. Em novembro e dezembro, após as eleições, não houve gastos com hotel. Em 2009, a média mensal é bem abaixo dos gastos de outubro de 2008: R$ 365.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
NÃO HÁ FAVORITOS
Dos pré-candidatos ao governo do Estado em 2010 parece ter força eleitoral suficiente para uma vitória no 1º turno. Não há novidade alguma nas alternativas de nomes. O Pará, que enfrenta muitos desafios, precisa de um novo líder, que inexiste.
O Pará está maduro para uma nova liderança política. O problema é que nenhuma das atuais lideranças políticas está madura para as carências, as necessidades e as aspirações do Pará dos nossos dias. Nem se consegue visualizar no horizonte do possível uma liderança realmente nova, que não se traduza apenas em mais um nome a repetir as práticas do passado e do presente.
(LEIA ESTA EXCELENTE ANÁLISE DA CONJUNTURA POLÍTICA PARAENSE NO JORNAL PESSOAL EDITADO POR LÚCIO FLÁVIO PINTO) ON LINE.
O Pará está maduro para uma nova liderança política. O problema é que nenhuma das atuais lideranças políticas está madura para as carências, as necessidades e as aspirações do Pará dos nossos dias. Nem se consegue visualizar no horizonte do possível uma liderança realmente nova, que não se traduza apenas em mais um nome a repetir as práticas do passado e do presente.
(LEIA ESTA EXCELENTE ANÁLISE DA CONJUNTURA POLÍTICA PARAENSE NO JORNAL PESSOAL EDITADO POR LÚCIO FLÁVIO PINTO) ON LINE.
A PERERECA FALOU, E DISSE !!!!
Polícia desmente Faepa: não há
indícios de culpa do MST
O delegado do Interior, Miguel Cunha, afirmou ao blog que não existe qualquer relatório da Polícia Civil sobre a destruição da fazenda Maria Bonita, em Eldorado dos Carajás, e que também não há indícios da participação do MST no episódio.
Miguel Cunha se encontra em Marabá e o blog conversou com ele por telefone, devido a uma nota da Assessoria de Comunicação da Faepa, na qual se afirma a existência de um “relatório preliminar” da Polícia Civil, que teria responsabilizado o MST por esses fatos.
“Não há relatório nenhum. O que existe é uma perícia do Renato Chaves, que esteve na fazenda e constatou os danos. Mas, isso não confirma a autoria. A perícia apenas comprova a materialidade do delito, ou seja, que o fato ocorreu. Agora, se o dano foi causado por A, B ou C só as investigações dirão”, afirmou Miguel Cunha.
Ele lembrou que mesmo as fotografias da destruição da fazenda ainda terão de ser periciadas e que ainda terão de ser colhidos muitos depoimentos, até que se chegue à verdade dos fatos. “As investigações é que vão dizer o que aconteceu” – reforçou – “É precipitado falar em A, B ou C”.
O inquérito policial está sendo realizado pelas delegacias de Conflitos Agrários, sediadas em Marabá e Redenção.
Mas, como Miguel Cunha responde pela polícia do interior, qualquer relatório sobre o caso teria de passar pelas suas mãos.
Há pouco, o blog também falou com o delegado adjunto de Polícia Civil, José Salles, e ele também disse desconhecer tal relatório. “”Não recebi esse documento. Não tomei conhecimento, não vi”, afiançou.
Miguel Cunha e o delegado geral de Polícia Civil, Raimundo Benassuly, estão em Marabá, junto com o comandante geral da Polícia Militar. O Governo também mandou para a área cerca de 200 soldados da PM.
Miguel Cunha informou que só como resultado dessa viagem é que será elaborado um relatório para o secretário de Segurança Pública, Geraldo Araújo.
Mas, esclareceu: nem nesse documento serão feitas acusações a quem quer que seja. “Só com a conclusão do inquérito é que serão apontados os responsáveis por isso, que podem ser do MST ou outro tipo de gente. Não se pode descartar nada e não dá para acusar ninguém sem provas”, disse.
O delegado do Interior esclareceu, ainda, que não existe qualquer pedido de prisão preventiva relacionado ao caso, contrariando boatos que corriam na tarde de hoje.
De acordo com a boataria, a Polícia já teria solicitado a prisão de uma liderança do MST, Charles Trocate, por envolvimento no caso.
Já o delegado adjunto de Polícia Civil, José Salles, diz que “não há como negar o envolvimento do MST” na destruição da fazenda.
Segundo Salles, integrantes do MST teriam concedido uma entrevista em que deixaram claro que foi alguém ligado a eles “que agiu sem controle”.
Mas admitiu, a uma pergunta do blog, que entre os danos, ou mesmo os indícios de um crime e a comprovação da autoria há uma longa investigação pelo caminho. No entanto, também observou: “Mas, os espíritos do além não fizeram aquilo”.
O blog tenta saber em que entrevista e para que veículo de comunicação o MST teria admitido essa “perda de controle”, que hoje era repetida por vários integrantes do governo.
Até porque o que havia de concreto, até agora, era a negativa do MST acerca de qualquer envolvimento no caso (leia o post anterior).
Nos bastidores
A polícia não diz, mas, o que está deixando o governo com o pé atrás em relação às fotografias de destruição da fazenda Maria Bonita é um vergonhoso episódio, ocorrido em abril deste ano, quando o MST foi acusado de manter jornalistas em cárcere privado e de usá-los como “escudos humanos”.
No caso dos “escudos humanos”, descobriu-se, pelo próprio depoimento de um dos jornalistas envolvidos, que tudo não passara de uma armação, possivelmente do Grupo Santa Bárbara, dono da fazenda Maria Bonita.
O grupo Santa Bárbara pertence ao ex-banqueiro Daniel Dantas, denunciado à Justiça por envolvimento em vários crimes pesados, entre eles, a lavagem de dinheiro.
A Maria Bonita também teria sido “grilada”, isso é, adquirida ilegalmente da família Mutran, que detinha o título de aforamento da área.
O documento dava aos Mutran o direito de explorar os castanhais existentes no terreno, mas, não o direito de vendê-lo, por se tratar de terra pública (leia o post abaixo).
Gente bem situada no governo desconfia do caso, também, por envolver ações aparentemente articuladas, que exigem um bom volume de dinheiro, e até por detalhes aparentemente insignificantes, mas, que deixam qualquer um embatucado.
“Como é que ninguém filmou nada no momento da destruição da fazenda? Será que não havia nem sequer um celular para captar as imagens? Por que é que só há fotografias dos fatos depois de terem ocorrido?”, pergunta um assessor do governo, lembrando que, na história dos “escudos humanos”, a fazenda mobilizou cinegrafistas e fotógrafos, para implicar o MST.
Além disso, ele chama a atenção para o fato de os invasores terem agido tão livremente. “A fazenda estava ocupada e não tinha um segurança lá? É muito estranho”, observa.
Não bastasse isso, fontes policiais garantem que todo final de semana funcionários do grupo Santa Bárbara acionam a delegacia de conflitos agrários de Marabá, sob a alegação de que estão em perigo. “Mas, quando o pessoal chega lá, não há nada”.
Por isso, o que se desconfia, também, é que o grupo está tentando forçar o governo a manter a polícia na fazenda, para usá-la como segurança da propriedade.
“Mas, para fazermos isso”, diz-me um policial, “teríamos de retirar todos os policiais da cidade e colocá-los só para cuidar da fazenda, que é enorme. Só para você ter uma idéia, só da porteira até a sede da fazenda são uns 25 quilômetros. E tirar a polícia da rua para cuidar de uma fazenda, você há de convir, simplesmente não tem cabimento”, observa a fonte.
Há também informações ainda não confirmadas de que as fotos da destruição distribuídas à imprensa talvez nem sejam da Maria Bonita – ou sejam não apenas dela, mas, também, de outra propriedade, a Rio Vermelho.
Outro problema é que hoje surgiram informações (que o blog ainda não conseguiu confirmar) de que, novamente, jornalistas da TV Liberal teriam sido transportados à sede da fazenda Maria Bonita numa aeronave pertencente ao grupo Santa Bárbara, do ex-banqueiro Daniel Dantas.
“Foi aquela aeronave que caiu com funcionários da fazenda dentro”, segreda uma fonte, “Por pouco, esses jornalistas não estavam, também, dentro dela”.
No entanto, o Governo também está com a pulga atrás da orelha em relação ao MST, devido à negativa pouco enfática da entidade em relação a esse caso. “O MST costuma agir rapidamente quando não tem nada a ver com alguma coisa. Mas, agora, eles negam o fato, mas, não dão detalhes”, diz-me um assessor.
Assim, não se afasta a hipótese nem mesmo de que “elementos infiltrados” no MST, a soldo do grupo Santa Bárbara, tenham realizado a destruição da fazenda.
Ou, ainda, que integrantes mais radicais do MST tenham, de fato, responsabilidade no episódio. “O MST está rachado. E tem uma ala que quer mesmo é o confronto com o Governo Federal”, conta a fonte.
E é por tudo isso que a própria governadora Ana Júlia Carepa, na coletiva que concedeu na manhã de hoje à imprensa,tratou de sapatear de catita.
“A Ana Júlia deixou claro que ainda não há indícios de participação do MST no episódio. Mas, também observou que cabe ao MST dizer se há ou não gente infiltrada no movimento, já que o próprio MST teria admitido que perdeu o controle sobre alguns de seus integrantes”, contou-me um jornalista.
Na coletiva, também foi fornecido à imprensa um dado inquietante: o Governo do Estado já ajuizou 80 ações para anular títulos falsos de propriedade de terra no Pará, mas, até o momento, apenas uma dessas ações chegou ao fim.
Somados, esses títulos perfazem cinco milhões de hectares. E um bom exemplo da morosidade processual é o caso de uma fazenda de 500 hectares que abrange até terras indígenas – quer dizer, até um leigo sabe que se trata de algo irregular.
Na coletiva, a governadora também foi bem clara ao afirmar que não vai tolerar abusos. Com terra, sem terra, grileiro ou não grileiro, com dinheiro ou sem dinheiro, disse ela, todos têm de respeitar a Lei.
Daí que a determinação é para que a polícia apure os fatos com rigor e peça a prisão de quem tiver de pedir.
No total, há mais de 100 pedidos de prisão, ainda não decretados, de pessoas envolvidas na disputa pela terra, no estado do Pará.
Há, entre esses, gente do MST, mas, também, grileiros e invasores de terras a soldo de madeireiros.
O governo também não perde de vista uma possível articulação de ações, não só para desgastar o MST, mas, novamente, para acusá-lo de descumprir mandados de reintegração de posse e, novamente, solicitar a intervenção federal no Pará.
“Por sorte”, diz-me um assessor, “tudo isso aconteceu justo quando íamos começar uma reintegração de posse em Barcarena. Do contrário, as manchetes dos jornais trariam, apenas, a invasão da fazenda”.
Faz muito bem o governo em ser cauteloso: essa é uma guerra que envolve muito dinheiro, muito poder e muitas paixões. Tanto assim, que parece cindir até mesmo as forças policiais e a imprensa.
Hoje, por exemplo, o portal das ORM noticiava a coletiva da governadora e dizia que ela havia informado inexistir confirmação de envolvimento do MST.
Mas, na chamada da matéria, o portal das ORM informava justamente o contrário: dizia que a governadora admitira indícios de envolvimento do MST.
Agora à noite, 16 empregados da fazenda Maria Bonita estão sendo ouvidos pela delegacia de conflitos agrários de Marabá.
É preciso, então, esperar para o céu clarear.
indícios de culpa do MST
O delegado do Interior, Miguel Cunha, afirmou ao blog que não existe qualquer relatório da Polícia Civil sobre a destruição da fazenda Maria Bonita, em Eldorado dos Carajás, e que também não há indícios da participação do MST no episódio.
Miguel Cunha se encontra em Marabá e o blog conversou com ele por telefone, devido a uma nota da Assessoria de Comunicação da Faepa, na qual se afirma a existência de um “relatório preliminar” da Polícia Civil, que teria responsabilizado o MST por esses fatos.
“Não há relatório nenhum. O que existe é uma perícia do Renato Chaves, que esteve na fazenda e constatou os danos. Mas, isso não confirma a autoria. A perícia apenas comprova a materialidade do delito, ou seja, que o fato ocorreu. Agora, se o dano foi causado por A, B ou C só as investigações dirão”, afirmou Miguel Cunha.
Ele lembrou que mesmo as fotografias da destruição da fazenda ainda terão de ser periciadas e que ainda terão de ser colhidos muitos depoimentos, até que se chegue à verdade dos fatos. “As investigações é que vão dizer o que aconteceu” – reforçou – “É precipitado falar em A, B ou C”.
O inquérito policial está sendo realizado pelas delegacias de Conflitos Agrários, sediadas em Marabá e Redenção.
Mas, como Miguel Cunha responde pela polícia do interior, qualquer relatório sobre o caso teria de passar pelas suas mãos.
Há pouco, o blog também falou com o delegado adjunto de Polícia Civil, José Salles, e ele também disse desconhecer tal relatório. “”Não recebi esse documento. Não tomei conhecimento, não vi”, afiançou.
Miguel Cunha e o delegado geral de Polícia Civil, Raimundo Benassuly, estão em Marabá, junto com o comandante geral da Polícia Militar. O Governo também mandou para a área cerca de 200 soldados da PM.
Miguel Cunha informou que só como resultado dessa viagem é que será elaborado um relatório para o secretário de Segurança Pública, Geraldo Araújo.
Mas, esclareceu: nem nesse documento serão feitas acusações a quem quer que seja. “Só com a conclusão do inquérito é que serão apontados os responsáveis por isso, que podem ser do MST ou outro tipo de gente. Não se pode descartar nada e não dá para acusar ninguém sem provas”, disse.
O delegado do Interior esclareceu, ainda, que não existe qualquer pedido de prisão preventiva relacionado ao caso, contrariando boatos que corriam na tarde de hoje.
De acordo com a boataria, a Polícia já teria solicitado a prisão de uma liderança do MST, Charles Trocate, por envolvimento no caso.
Já o delegado adjunto de Polícia Civil, José Salles, diz que “não há como negar o envolvimento do MST” na destruição da fazenda.
Segundo Salles, integrantes do MST teriam concedido uma entrevista em que deixaram claro que foi alguém ligado a eles “que agiu sem controle”.
Mas admitiu, a uma pergunta do blog, que entre os danos, ou mesmo os indícios de um crime e a comprovação da autoria há uma longa investigação pelo caminho. No entanto, também observou: “Mas, os espíritos do além não fizeram aquilo”.
O blog tenta saber em que entrevista e para que veículo de comunicação o MST teria admitido essa “perda de controle”, que hoje era repetida por vários integrantes do governo.
Até porque o que havia de concreto, até agora, era a negativa do MST acerca de qualquer envolvimento no caso (leia o post anterior).
Nos bastidores
A polícia não diz, mas, o que está deixando o governo com o pé atrás em relação às fotografias de destruição da fazenda Maria Bonita é um vergonhoso episódio, ocorrido em abril deste ano, quando o MST foi acusado de manter jornalistas em cárcere privado e de usá-los como “escudos humanos”.
No caso dos “escudos humanos”, descobriu-se, pelo próprio depoimento de um dos jornalistas envolvidos, que tudo não passara de uma armação, possivelmente do Grupo Santa Bárbara, dono da fazenda Maria Bonita.
O grupo Santa Bárbara pertence ao ex-banqueiro Daniel Dantas, denunciado à Justiça por envolvimento em vários crimes pesados, entre eles, a lavagem de dinheiro.
A Maria Bonita também teria sido “grilada”, isso é, adquirida ilegalmente da família Mutran, que detinha o título de aforamento da área.
O documento dava aos Mutran o direito de explorar os castanhais existentes no terreno, mas, não o direito de vendê-lo, por se tratar de terra pública (leia o post abaixo).
Gente bem situada no governo desconfia do caso, também, por envolver ações aparentemente articuladas, que exigem um bom volume de dinheiro, e até por detalhes aparentemente insignificantes, mas, que deixam qualquer um embatucado.
“Como é que ninguém filmou nada no momento da destruição da fazenda? Será que não havia nem sequer um celular para captar as imagens? Por que é que só há fotografias dos fatos depois de terem ocorrido?”, pergunta um assessor do governo, lembrando que, na história dos “escudos humanos”, a fazenda mobilizou cinegrafistas e fotógrafos, para implicar o MST.
Além disso, ele chama a atenção para o fato de os invasores terem agido tão livremente. “A fazenda estava ocupada e não tinha um segurança lá? É muito estranho”, observa.
Não bastasse isso, fontes policiais garantem que todo final de semana funcionários do grupo Santa Bárbara acionam a delegacia de conflitos agrários de Marabá, sob a alegação de que estão em perigo. “Mas, quando o pessoal chega lá, não há nada”.
Por isso, o que se desconfia, também, é que o grupo está tentando forçar o governo a manter a polícia na fazenda, para usá-la como segurança da propriedade.
“Mas, para fazermos isso”, diz-me um policial, “teríamos de retirar todos os policiais da cidade e colocá-los só para cuidar da fazenda, que é enorme. Só para você ter uma idéia, só da porteira até a sede da fazenda são uns 25 quilômetros. E tirar a polícia da rua para cuidar de uma fazenda, você há de convir, simplesmente não tem cabimento”, observa a fonte.
Há também informações ainda não confirmadas de que as fotos da destruição distribuídas à imprensa talvez nem sejam da Maria Bonita – ou sejam não apenas dela, mas, também, de outra propriedade, a Rio Vermelho.
Outro problema é que hoje surgiram informações (que o blog ainda não conseguiu confirmar) de que, novamente, jornalistas da TV Liberal teriam sido transportados à sede da fazenda Maria Bonita numa aeronave pertencente ao grupo Santa Bárbara, do ex-banqueiro Daniel Dantas.
“Foi aquela aeronave que caiu com funcionários da fazenda dentro”, segreda uma fonte, “Por pouco, esses jornalistas não estavam, também, dentro dela”.
No entanto, o Governo também está com a pulga atrás da orelha em relação ao MST, devido à negativa pouco enfática da entidade em relação a esse caso. “O MST costuma agir rapidamente quando não tem nada a ver com alguma coisa. Mas, agora, eles negam o fato, mas, não dão detalhes”, diz-me um assessor.
Assim, não se afasta a hipótese nem mesmo de que “elementos infiltrados” no MST, a soldo do grupo Santa Bárbara, tenham realizado a destruição da fazenda.
Ou, ainda, que integrantes mais radicais do MST tenham, de fato, responsabilidade no episódio. “O MST está rachado. E tem uma ala que quer mesmo é o confronto com o Governo Federal”, conta a fonte.
E é por tudo isso que a própria governadora Ana Júlia Carepa, na coletiva que concedeu na manhã de hoje à imprensa,tratou de sapatear de catita.
“A Ana Júlia deixou claro que ainda não há indícios de participação do MST no episódio. Mas, também observou que cabe ao MST dizer se há ou não gente infiltrada no movimento, já que o próprio MST teria admitido que perdeu o controle sobre alguns de seus integrantes”, contou-me um jornalista.
Na coletiva, também foi fornecido à imprensa um dado inquietante: o Governo do Estado já ajuizou 80 ações para anular títulos falsos de propriedade de terra no Pará, mas, até o momento, apenas uma dessas ações chegou ao fim.
Somados, esses títulos perfazem cinco milhões de hectares. E um bom exemplo da morosidade processual é o caso de uma fazenda de 500 hectares que abrange até terras indígenas – quer dizer, até um leigo sabe que se trata de algo irregular.
Na coletiva, a governadora também foi bem clara ao afirmar que não vai tolerar abusos. Com terra, sem terra, grileiro ou não grileiro, com dinheiro ou sem dinheiro, disse ela, todos têm de respeitar a Lei.
Daí que a determinação é para que a polícia apure os fatos com rigor e peça a prisão de quem tiver de pedir.
No total, há mais de 100 pedidos de prisão, ainda não decretados, de pessoas envolvidas na disputa pela terra, no estado do Pará.
Há, entre esses, gente do MST, mas, também, grileiros e invasores de terras a soldo de madeireiros.
O governo também não perde de vista uma possível articulação de ações, não só para desgastar o MST, mas, novamente, para acusá-lo de descumprir mandados de reintegração de posse e, novamente, solicitar a intervenção federal no Pará.
“Por sorte”, diz-me um assessor, “tudo isso aconteceu justo quando íamos começar uma reintegração de posse em Barcarena. Do contrário, as manchetes dos jornais trariam, apenas, a invasão da fazenda”.
Faz muito bem o governo em ser cauteloso: essa é uma guerra que envolve muito dinheiro, muito poder e muitas paixões. Tanto assim, que parece cindir até mesmo as forças policiais e a imprensa.
Hoje, por exemplo, o portal das ORM noticiava a coletiva da governadora e dizia que ela havia informado inexistir confirmação de envolvimento do MST.
Mas, na chamada da matéria, o portal das ORM informava justamente o contrário: dizia que a governadora admitira indícios de envolvimento do MST.
Agora à noite, 16 empregados da fazenda Maria Bonita estão sendo ouvidos pela delegacia de conflitos agrários de Marabá.
É preciso, então, esperar para o céu clarear.
"PREMIAÇÃO"
Estatais patrocinam prêmio concedido a Lula em Londres
por Simone Iglesias e Ana Flor
da Folha de S.Paulo
Premiação da Chatham House é co-patrocinada por Petrobras, BNDES e Banco do Brasil
Presidente recebe prêmio hoje por ser “motor-chave da estabilidade e da integração na América Latina’; estatais negam ser patrocinadoras
A lista de empresas que patrocinaram ou apoiaram o prêmio que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe hoje em Londres inclui três estatais (Petrobras, BB e BNDES), três empresas privadas brasileiras (Bradesco, Itaú e TAM) e várias companhias estrangeiras com interesses comerciais no país.
Lula recebe hoje o prestigiado prêmio Chatham House 2009, em Londres, por ser o “motor-chave da estabilidade e da integração na América Latina”. Oferecido pelo Royal Institute for International Affairs, o prêmio teve outros dois finalistas: o chanceler da Arábia Saudita, o príncipe Saud Al Faisal, e a presidente da Libéria, Ellen Johnson-Sirleaf. Lula ganhou em votação aberta realizada na instituição.
O site da Chatham House lista os patrocinadores. Além das estatais e das empresas privadas nacionais, aparecem a Royal Dutch Shell (patrocinadora principal), Anglo American, BG Group, Bloomberg, British American Tobacco, Chevron Ltda, Chivas Brothers, Eni S.p.A, GlaxoSmithKline, HSBC, Rolls-Royce, Santander e Telefonica. O site não informa o valor das cotas de patrocínio.
Procurada pela Folha, a assessoria do BNDES informou que nunca patrocinou o prêmio, mas que comprou uma mesa de oito a dez lugares para diretores que estão no Reino Unido acompanharem a homenagem. Não informou o preço.
O Banco do Brasil também informou que nunca patrocinou a Chatham House, mas que comprou uma mesa para dez diretores da instituição no valor de 16 mil libras (R$ 44 mil). A assessoria do banco estatal disse que não eram vendidos convites individualmente, só o pacote de dez lugares. O BB disse que fará uma reclamação ao Royal Institute for International Affairs por constar no site como patrocinador.
A Petrobras afirma que “participa do Prêmio Chatham House 2009 através de uma cota no evento”, mas não informou o valor despendido
(ASSIM MANO ATÉ EU!!!!)
por Simone Iglesias e Ana Flor
da Folha de S.Paulo
Premiação da Chatham House é co-patrocinada por Petrobras, BNDES e Banco do Brasil
Presidente recebe prêmio hoje por ser “motor-chave da estabilidade e da integração na América Latina’; estatais negam ser patrocinadoras
A lista de empresas que patrocinaram ou apoiaram o prêmio que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe hoje em Londres inclui três estatais (Petrobras, BB e BNDES), três empresas privadas brasileiras (Bradesco, Itaú e TAM) e várias companhias estrangeiras com interesses comerciais no país.
Lula recebe hoje o prestigiado prêmio Chatham House 2009, em Londres, por ser o “motor-chave da estabilidade e da integração na América Latina”. Oferecido pelo Royal Institute for International Affairs, o prêmio teve outros dois finalistas: o chanceler da Arábia Saudita, o príncipe Saud Al Faisal, e a presidente da Libéria, Ellen Johnson-Sirleaf. Lula ganhou em votação aberta realizada na instituição.
O site da Chatham House lista os patrocinadores. Além das estatais e das empresas privadas nacionais, aparecem a Royal Dutch Shell (patrocinadora principal), Anglo American, BG Group, Bloomberg, British American Tobacco, Chevron Ltda, Chivas Brothers, Eni S.p.A, GlaxoSmithKline, HSBC, Rolls-Royce, Santander e Telefonica. O site não informa o valor das cotas de patrocínio.
Procurada pela Folha, a assessoria do BNDES informou que nunca patrocinou o prêmio, mas que comprou uma mesa de oito a dez lugares para diretores que estão no Reino Unido acompanharem a homenagem. Não informou o preço.
O Banco do Brasil também informou que nunca patrocinou a Chatham House, mas que comprou uma mesa para dez diretores da instituição no valor de 16 mil libras (R$ 44 mil). A assessoria do banco estatal disse que não eram vendidos convites individualmente, só o pacote de dez lugares. O BB disse que fará uma reclamação ao Royal Institute for International Affairs por constar no site como patrocinador.
A Petrobras afirma que “participa do Prêmio Chatham House 2009 através de uma cota no evento”, mas não informou o valor despendido
(ASSIM MANO ATÉ EU!!!!)
A PERERECA FALOU, E DISSE!!!
O MST debaixo de bala
Sei não, pode até ser que esteja enganada.
Mas, toda essa história de destruição de fazendas pelo MST, da forma como vem sendo noticiada pela imprensa, me parece muito, mas muito esquisita.
As fotos, é verdade, são impressionantes – e até parecem feitas justamente para isto: chocar.
Mas, entre a impressão que nos causam e a responsabilidade do MST há ENOOOORRRME distância.
O que mais chama a atenção, em primeiro lugar, é versão dos donos de terra.
Segundo eles, integrantes do MST “encapuzados” teriam invadido as fazendas, apenas, para aterrorizar: como que incorporados de algum capeta, desataram a destruir casas, tratores, plantações e até a ameaçar velhos, mulheres e crianças.
É estranho isso.
Porque o tipo de ação relatada lembra muito mais é o modus operandi dos donos de terra.
São esses senhores feudais, a “vanguarda do atraso” deste país, que costumam mandar invadir acampamentos de sem-terra e propriedades de pequenos agricultores, para destruir, torturar e matar.
São esses senhores feudais que mantêm milícias armadas, jagunços e pistoleiros, com a finalidade de aterrorizar gente indefesa – velhos, mulheres, crianças.
E isso não é novidade alguma: toda pessoa razoavelmente informada deste país e, especialmente, desta região, sabe de todo o horror protagonizado por esses “donos de terra”, muitos deles, em verdade, simples grileiros, simples bandidos de colarinho branco.
Não são poucos os mortos da luta pela terra – e, na maioria esmagadora dos casos, agricultores, religiosos, jornalistas, advogados, pessoas que se opuseram a essa pilantragem endinheirada.
Uns pilantras tão repugnantes que até escravos mantêm – e mais manteriam, não fosse a ação do Estado contra esse tipo de prática.
Nestes 30 anos de jornalismo, já ouvi declarações desses sujeitos de deixar a gente de cabelo em pé.
Muitos deles revoltados com as exigências da Justiça do Trabalho, porque consideram que podem tratar seus empregados pior do que bicho; pior que o gado que mantêm em suas fazendas.
Muitos deles a considerar que basta dar um prato de comida, de babugem, a esses trabalhadores, para que possam se tornar os melhores patrões do mundo.
Reconheço no MST enorme importância histórica: neste país dominado pelo latifúndio; nesta Amazônia cuja história foi escrita à bala, governo nenhum faz reforma agrária se não tiver um grupo organizado a pressioná-lo.
No entanto, já há alguns anos, divirjo dos métodos do MST – especialmente daquelas ocupações de prédios públicos e de agências bancárias.
E até dessa visão equivocada de achar que todo empregado mal remunerado da periferia das cidades pode retornar ao campo, depois de décadas, e se tornar um bom agricultor.
Mas, daí a transformar os integrantes do MST em simples bandidos e os donos de terra em “coitadinhos” vai enorme diferença.
Em boa parte dos casos, se a gente espremer a história desses “respeitáveis” senhores, vai é faltar detergente para limpar o sangue.
E o sangue – esse sim – de muita gente inocente.
II
Há sete meses, em abril deste ano, os grandes veículos de comunicação do país divulgaram amplamente uma farsa montada pelos donos de terra: aquela história vergonhosa da utilização de jornalistas como “escudos humanos”, pelo MST.
Na mesma época, a senadora Kátia Abreu, do DEM, presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), pedia intervenção federal no Pará, sob a alegação de que o Governo do Estado não cumpre as reintegrações de posse determinadas pela Justiça.
E embora que muitas das “propriedades” defendidas como legítimas pela senadora – como é o caso de fazendas do banqueiro Daniel Dantas - tenham sido obtidas na base da grilagem de terras públicas – ou seja, caríssimo leitor, na base do roubo de um patrimônio que pertence, em verdade, a você, a mim, a todos nós.
Agora, há uma semana ou duas, a bancada ruralista conseguiu instalar uma CPI, no Congresso Nacional, para investigar o MST.
E, novamente por “mera coincidência”, o MST é colocado debaixo de bala, pela mídia e pelos donos de terra, com a divulgação de “fatos estarrecedores”: a “sanha” destruidora de fazendas e as ameaças a pessoas indefesas.
Por isso, fui aos arquivos do Quinta Emenda, do finado e inesquecível Juvêncio Arruda, para refrescar a memória coletiva:
“Farsa Desmontada (24/04/2009 )
No
blog do Hiroshi Bogéa, sob o título Mentira tem perna curta.Miguel Cunha, Delegado de Polícia de Interior, acaba de ouvir o depoimento do repórter Victor Haor, da TV Liberal. Em essência, o rapaz desmente a versão de que os repórteres levados em uma aeronave do banqueiro Daniel Dantas para a fazenda Espírito Santo tenham sido usados como escudos pelos sem-terra, durante confronto a tiros com seguranças do Grupo Santa Bárbara.Outra versão desmantelada pelo repórter, a de que a mesma equipe tenha ficado em cárcere privado.Victor Haor disse que só entrou na aeronave depois de ter sido autorizado a cumprir a "pauta" pela Chefe de Reportagem da TV Liberal, Lene Andrade.----Desculpem, mas eu tinha que voltar antes do previsto.A confissão do repórter Victor Haor, da TV IVCezal, confirma as notícias que Hiroshi Bogéa antecipou às 10:00 da manhã de hoje.Haor e seus comparsas foram "escudos de Dantas".E em cárcere privado ficou quem acreditou na mídia dantesca.O episódio mostra que nem todo mundo voa neste país.Amanhã a gente se vê”.
E tem mais este post do Juvêncio Arruda:
“Correndo o Mundo (25.04.2009)”
O poster conversou agora de manhã com o jornalista Hiroshi Bogéa, ainda impressionado com o depoimento do repórter Victor Haor que na tarde de ontem confessou ao Delegado de Polícia do Interior, Miguel Cunha, a farsa de que a equipe da TV IVCezal teria sido "escudo humano" do MST e sofrido "cárcere privado" dos sem terra. Haor disse que cumpria ordens.
Hiroshi, com mais de trinta anos de experiência na profissão, assistiu ao vídeo que mostra o conflito e não tem dúvidas: a confissão bate com as imagens.
A farsa é gravíssima, pois induz a opinião pública a formar conceitos que apóiam a grilagem no sul do estado e criminalizam os movimentos sociais, revelando a articulação subterrânea entre a mídia e o crime.
Ontem, a nota da CPT mostrou outra articulação entre os advogados de Dantas e o crime, quando a defesa do banqueiro driblou o TJ.
A edição de hoje do IVCezal nada fala sobre a confissão do repórter. O Diário do Pará idem. Os dois jornais lêem blogs, surrupiam quase que diariamente as postagens sem dar-lhes crédito, e escondem sem o menor pudonor as peripécias em que se envolvem ou criam de forma deliberada, como no caso da fraude contra o IVC, até hoje silenciada pelo Liberal.
A armação correu o mundo. Até o Instituto Prensa y Sociedad, entidade com sede em Lima, foi vítima da farsa e emitiu um alerta mundial sobre os agora desmentidos "cárcere privado" e "escudo humano".
Agora quem vai correr o mundo é a verdade.
----
Não pude aferir as informações do Público. Até o momento, a edição de hoje não chegou na maior banca da capital, a do Alvino, na praça da República".
No mesmo dia 24 de abril, Juvêncio também publicou nota da CPT que ainda hoje é de uma atualidade impressionante. Leia:
“CPT Acusa Dantas de Enganar TJ
Nota da CPT emitida hoje de manhã.
A Agropecuária Santa Bárbara Xinguara S/A enganou o Tribunal de Justiça do Estado do Pará para conseguir uma liminar de reintegração de posse da Fazenda Espírito Santo, localizada nos Municípios de Xinguara e Sapucaia.
A empresa agiu de má-fé ao ingressar com a Ação Judicial na Vara Agrária de Marabá, sendo que o imóvel localiza-se na área de jurisdição da Vara Agrária de Redenção, onde já tramitam duas ações judiciais referentes à Fazenda Espírito Santo: um interdito proibitório, com audiência marcada para o dia 22.06.09 e uma Ação Civil Pública proposta pelo ITERPA, na qual o juiz ordenou o bloqueio das matriculas do imóvel, por suspeita de grilagem. A manobra da Agropecuária Santa Bárbara é ainda mais gritante se considerarmos que a Ação foi proposta durante a ausência da Juíza titular da Vara Agrária de Marabá, tendo sido imediatamente concedida a liminar pela Magistrada de plantão.
Na segunda feira subseqüente, na volta da Juíza Titular, a mesma revogou a liminar e marcou audiência para ouvir a parte autora. A Empresa recorreu para Belém e maliciosamente induziu o Tribunal a erro, declarando que o imóvel dista apenas 105 KM de Marabá, quando na verdade fica a mais de 170 KM.
Assim, o Tribunal de justiça concedeu a liminar, acreditando localizar-se o imóvel no Município de Marabá.Certamente a Agropecuária Santa Bárbara não impetrou a Ação na Vara Agrária de Redenção como prevê a lei, temendo uma decisão negativa, considerando que o Juiz daquela Vara já havia determinado o bloqueio da matrícula da Fazenda Espírito Santo por entender que se trata de terra pública, patrimônio do Estado do Pará.
Não é a primeira vez que fazendeiros da região usam desse estratagema criminoso para obter proveito da justiça. O grupo Quagliato, proprietário da Fazenda Rio Vermelho, próxima à Fazenda Espírito Santo, também usou desse artifício em 2006, ao requerer na Vara Agrária a concessão de liminar alegando que o imóvel encontrava-se ocupado pela MST. A liminar foi deferida e as famílias foram despejadas de outra área, distante mais de 20KM da Fazenda Rio Vermelho.
Mais tarde os advogados dos trabalhadores conseguiram provar que o local do acampamento era terra pública, ilegalmente apropriada pelo grupo Quagliato. A liminar foi suspensa e os agricultores voltaram e continuam acampados no local aguardando serem assentados pelo INCRA.
No caso da Fazenda Espírito Santo, os advogados dos trabalhadores vão ingressar com as medidas legais na Vara Agrária e no Tribunal de Justiça contra a Agropecuária Santa Bárbara. É importante deixar claro que NÃO EXISTE LIMINAR A SER CUMPRIDA NA FAZENDA ESPÍRITO SANTO, e as famílias de lá não vão sair sem ordem judicial.
O que existe é uma liminar, conseguida de forma fraudulenta, para ser cumprida em uma fazenda localizada a 105 km de Marabá, sob jurisdição da Vara Agrária de Marabá, que não se trata da Fazenda Espírito Santo que é situada no Município de Xinguara, sob jurisdição da Vara Agrária de Redenção".
Por fim, deixo aos leitores, duas notícias publicadas, hoje, sobre o episódio mais recente: as fotografias, que, a exemplo do tal escudo humano de jornalistas que não houve, também correm o país.
A primeira é da agência Adital; a segunda, do MST
Eis a da Adital:
“Luta pela terra na Amazônia: uma vez mais impera parcialidade da mídia
Desde ontem a mídia local e os veículos grandalhões, como ironizava o jornalista Sérgio de Souza, sentam a pua no MST do Pará. A parcialidade sobre a cobertura envolvendo a luta pela terra na Amazônia não é invenção desses dias. Vem de velha data, onde a omissão ou ignorância sobre a complexidade da questão serve de moldura.
A refrega envolve o movimento e o tentáculo rural do banqueiro baiano Daniel Dantas, a Agropecuária Santa Bárbara, e uma outra propriedade de tradicional família paulista, os Quagliato.
No caso de Dantas, condenado e indiciado por vários crimes no mercado financeiro, a propriedade é a fazenda Maria Bonita, localizada no município de Eldorado do Carajás, na mesma rodovia do Massacre, a PA 150. A fazenda encontra-se ocupada desde a metade de 2008.
A propriedade foi negociada pela família Mutran, que conforme o estado não poderia ter realizado a comercialização, por se tratar de terras de aforamento. Ou seja, a família tinha o direito de exploração extrativa da castanha, quando ali uma floresta existiu. Por tanto, se trata de terras públicas, que estavam disponíveis para posse apenas para explorar castanhas, árvores que há muito foram derrubadas na área (sem que ninguém tenha denunciado, apesar de ser proibido por lei!)
É a ilegalidade que conforma a maioria das propriedades rurais na Amazônia, em particular no Pará. No primeiro semestre do ano o Ministério Público Federal (MPF) anunciou que 6.102 títulos de terra registrados nos cartórios estaduais são irregulares.
Somados, os papéis representam mais de 110 milhões de hectares, quase um Pará a mais, em áreas possivelmente griladas. Os dados resultam de três anos de pesquisa dos órgãos ligados à questão fundiária no estado, através da Comissão Permanente de Monitoramento, Estudo e Assessoramento das Questões Ligadas à Grilagem (Tribunal de Justiça, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, Advocacia Geral da União, Ordem dos Advogados do Brasil, Federação dos Trabalhadores na Agricultura, Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos Comissão Pastoral da Terra e a Federação da Agricultura do Estado do Pará). O documento foi apresentado no dia 30 de abril no auditório do MPF em Belém.
Desde 2006 o MST ocupa a fazenda Rio Vermelho, no município de Sapucaia, sudeste do Pará. O Grupo Quagliato, dono da Empresa Agropecuária QUAMASA- Quagliato da Amazônia Agropecuária S/A, detinha três fazendas na região, e era dona da Usina São Luiz S/A. Em Ourinhos, São Paulo, o Quagliato, processava açúcar e álcool
Em junho de 2009 o MPF e o IBAMA anunciaram multas robustas contra fazendeiros e frigoríficos por animarem a devastação na Amazônia. A maior indenização refere-se ao caso da fazenda Rio Vermelho, da família Quagliato, em Sapucaia, que pode ter que pagar mais de R$ 375 milhões. O mesmo caso vale a outra fazenda de Daniel Dantas, no município de Xinguara, a Espírito Santo, que deve pagar multa de R$ 142 milhões. Além de crime ambiental a fazenda registrou a prática de trabalho escravo.
Tudo isso, se aplicado a Constituição constitui condição de não cumprimento da função social e por tanto deveria ser desapropriada pelo estado”.
E aqui está a notícia do site do MST (
http://www.mst.org.br/ ):
"Sem Terra continuam jornada de lutas no Pará
O MST do Pará continua a jornada de lutas contra a lentidão do processo de Reforma Agrária, pelo assentamento das 2 mil famílias acampadas no estado e por obras de infra-estrutura nos assentamentos antigos.
Os protestos denunciam o uso de milícias armadas pelo latifúndio e defende a agilização da retomada de terras griladas. "A retomada das terras griladas está parada e os latifundiários estão utilizando milícias armadas para intimidar as famílias Sem Terra", denuncia integrante da coordenação nacional do MST, Maria Raimunda César.
Nesta quinta-feira (5/11), mais de mil famílias chegaram ao acampamento na Curva do S, palco do Massacre de Eldorado dos Carajás. Os Sem Terra devem permanecer até dia 13 de novembro no local, quando terminarem as negociações com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Cerca de 400 Sem Terra fizeram um protesto na estrada que liga os municípios de Parauapebas e Canaã dos Carajás para cobrar a retomada de áreas griladas na região.
No município de Tucuruí, cerca de 70 famílias ocupam o Incra em protesto contra a invasão de um assentamento por madeireiros, que estão fazendo o corte de madeira. No começo do ano, o Incra desapropriou a fazenda Piratininga, no município de Tucuruí, que seria organizado no modelo extrativista. Em vez de lotes, as 120 famílias morariam em uma agrovila e trabalhariam de forma coletiva nas terras, por meio de técnicas ecológicas. As terras do assentamento foram invadidas por jagunços armados, a mando de madeireiros, que estão fazendo o corte da madeira e a devastação das terras.
“Estamos cobrando uma atitude das autoridades diante da violência dos madeireiros. As famílias do MST foram obrigadas a sair do assentamento porque não tinham tranqüilidade para trabalhar e para impedir que a culpa do desmatamento recaísse sobre o nosso movimento”, denuncia a integrante da coordenação nacional do MST Maria Raimunda.
No município de Sapucaia, cerca de 250 famílias fizeram um ato na sede da fazenda Rio Vermelho, que tem parte ocupada desde 2006. O Incra fez a vistoria da área no ano passado e concluiu que a terra é da União. Os Sem Terra reivindicam a devolução da área. No momento, as famílias se encontram na beira da estrada e esperam que as autoridades responsáveis agilizem a retomada da terra.
Sobre acusações
O MST do Pará nega as acusações de depredação de duas fazendas ocupadas pelo Movimento nesta quarta-feira (4/11). “Fizemos protestos pacíficos para cobrar a retomada das áreas griladas. Não houve destruição nem depredação. Os latifundiários querem estigmatizar os nossos protestos como violentos para impedir as lutas sociais e manter suas terras griladas”, esclarece Maria Raimunda.
Em relação às fotos divulgadas, a dirigente do MST questiona a autenticidade. “Não há nenhuma garantia de que as famílias do nosso movimento foram responsáveis pelo que está nas fotos nem que foram tiradas depois dos nossos protestos”.
Foi realizado um ato pacífico na sede da Fazenda Maria Bonita (Eldorado dos Carajás), do grupo Santa Bárbara, de propriedade do banqueiro Daniel Dantas. Essa fazenda está ocupada desde julho de 2008 por 450 famílias que cobram a retomada da área que, de acordo com estudo do Iterpa (Instituto de Terras do Pará), é grilada. Depois do ato, as famílias fizeram um protesto na rodovia PA-150.
Na semana passada, quatro pessoas foram sequestradas por milícias armadas financiadas por latifundiários e pelo agronegócio. Nos últimos meses, mais de 18 trabalhadores foram baleados por ações desses grupos. "Essas milícias são clandestinas e atuam no sentido de combater os movimentos sociais do campo e perseguir os trabalhadores acampados”, explica.
( EU AMO A PERERECA)
Sei não, pode até ser que esteja enganada.
Mas, toda essa história de destruição de fazendas pelo MST, da forma como vem sendo noticiada pela imprensa, me parece muito, mas muito esquisita.
As fotos, é verdade, são impressionantes – e até parecem feitas justamente para isto: chocar.
Mas, entre a impressão que nos causam e a responsabilidade do MST há ENOOOORRRME distância.
O que mais chama a atenção, em primeiro lugar, é versão dos donos de terra.
Segundo eles, integrantes do MST “encapuzados” teriam invadido as fazendas, apenas, para aterrorizar: como que incorporados de algum capeta, desataram a destruir casas, tratores, plantações e até a ameaçar velhos, mulheres e crianças.
É estranho isso.
Porque o tipo de ação relatada lembra muito mais é o modus operandi dos donos de terra.
São esses senhores feudais, a “vanguarda do atraso” deste país, que costumam mandar invadir acampamentos de sem-terra e propriedades de pequenos agricultores, para destruir, torturar e matar.
São esses senhores feudais que mantêm milícias armadas, jagunços e pistoleiros, com a finalidade de aterrorizar gente indefesa – velhos, mulheres, crianças.
E isso não é novidade alguma: toda pessoa razoavelmente informada deste país e, especialmente, desta região, sabe de todo o horror protagonizado por esses “donos de terra”, muitos deles, em verdade, simples grileiros, simples bandidos de colarinho branco.
Não são poucos os mortos da luta pela terra – e, na maioria esmagadora dos casos, agricultores, religiosos, jornalistas, advogados, pessoas que se opuseram a essa pilantragem endinheirada.
Uns pilantras tão repugnantes que até escravos mantêm – e mais manteriam, não fosse a ação do Estado contra esse tipo de prática.
Nestes 30 anos de jornalismo, já ouvi declarações desses sujeitos de deixar a gente de cabelo em pé.
Muitos deles revoltados com as exigências da Justiça do Trabalho, porque consideram que podem tratar seus empregados pior do que bicho; pior que o gado que mantêm em suas fazendas.
Muitos deles a considerar que basta dar um prato de comida, de babugem, a esses trabalhadores, para que possam se tornar os melhores patrões do mundo.
Reconheço no MST enorme importância histórica: neste país dominado pelo latifúndio; nesta Amazônia cuja história foi escrita à bala, governo nenhum faz reforma agrária se não tiver um grupo organizado a pressioná-lo.
No entanto, já há alguns anos, divirjo dos métodos do MST – especialmente daquelas ocupações de prédios públicos e de agências bancárias.
E até dessa visão equivocada de achar que todo empregado mal remunerado da periferia das cidades pode retornar ao campo, depois de décadas, e se tornar um bom agricultor.
Mas, daí a transformar os integrantes do MST em simples bandidos e os donos de terra em “coitadinhos” vai enorme diferença.
Em boa parte dos casos, se a gente espremer a história desses “respeitáveis” senhores, vai é faltar detergente para limpar o sangue.
E o sangue – esse sim – de muita gente inocente.
II
Há sete meses, em abril deste ano, os grandes veículos de comunicação do país divulgaram amplamente uma farsa montada pelos donos de terra: aquela história vergonhosa da utilização de jornalistas como “escudos humanos”, pelo MST.
Na mesma época, a senadora Kátia Abreu, do DEM, presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), pedia intervenção federal no Pará, sob a alegação de que o Governo do Estado não cumpre as reintegrações de posse determinadas pela Justiça.
E embora que muitas das “propriedades” defendidas como legítimas pela senadora – como é o caso de fazendas do banqueiro Daniel Dantas - tenham sido obtidas na base da grilagem de terras públicas – ou seja, caríssimo leitor, na base do roubo de um patrimônio que pertence, em verdade, a você, a mim, a todos nós.
Agora, há uma semana ou duas, a bancada ruralista conseguiu instalar uma CPI, no Congresso Nacional, para investigar o MST.
E, novamente por “mera coincidência”, o MST é colocado debaixo de bala, pela mídia e pelos donos de terra, com a divulgação de “fatos estarrecedores”: a “sanha” destruidora de fazendas e as ameaças a pessoas indefesas.
Por isso, fui aos arquivos do Quinta Emenda, do finado e inesquecível Juvêncio Arruda, para refrescar a memória coletiva:
“Farsa Desmontada (24/04/2009 )
No
blog do Hiroshi Bogéa, sob o título Mentira tem perna curta.Miguel Cunha, Delegado de Polícia de Interior, acaba de ouvir o depoimento do repórter Victor Haor, da TV Liberal. Em essência, o rapaz desmente a versão de que os repórteres levados em uma aeronave do banqueiro Daniel Dantas para a fazenda Espírito Santo tenham sido usados como escudos pelos sem-terra, durante confronto a tiros com seguranças do Grupo Santa Bárbara.Outra versão desmantelada pelo repórter, a de que a mesma equipe tenha ficado em cárcere privado.Victor Haor disse que só entrou na aeronave depois de ter sido autorizado a cumprir a "pauta" pela Chefe de Reportagem da TV Liberal, Lene Andrade.----Desculpem, mas eu tinha que voltar antes do previsto.A confissão do repórter Victor Haor, da TV IVCezal, confirma as notícias que Hiroshi Bogéa antecipou às 10:00 da manhã de hoje.Haor e seus comparsas foram "escudos de Dantas".E em cárcere privado ficou quem acreditou na mídia dantesca.O episódio mostra que nem todo mundo voa neste país.Amanhã a gente se vê”.
E tem mais este post do Juvêncio Arruda:
“Correndo o Mundo (25.04.2009)”
O poster conversou agora de manhã com o jornalista Hiroshi Bogéa, ainda impressionado com o depoimento do repórter Victor Haor que na tarde de ontem confessou ao Delegado de Polícia do Interior, Miguel Cunha, a farsa de que a equipe da TV IVCezal teria sido "escudo humano" do MST e sofrido "cárcere privado" dos sem terra. Haor disse que cumpria ordens.
Hiroshi, com mais de trinta anos de experiência na profissão, assistiu ao vídeo que mostra o conflito e não tem dúvidas: a confissão bate com as imagens.
A farsa é gravíssima, pois induz a opinião pública a formar conceitos que apóiam a grilagem no sul do estado e criminalizam os movimentos sociais, revelando a articulação subterrânea entre a mídia e o crime.
Ontem, a nota da CPT mostrou outra articulação entre os advogados de Dantas e o crime, quando a defesa do banqueiro driblou o TJ.
A edição de hoje do IVCezal nada fala sobre a confissão do repórter. O Diário do Pará idem. Os dois jornais lêem blogs, surrupiam quase que diariamente as postagens sem dar-lhes crédito, e escondem sem o menor pudonor as peripécias em que se envolvem ou criam de forma deliberada, como no caso da fraude contra o IVC, até hoje silenciada pelo Liberal.
A armação correu o mundo. Até o Instituto Prensa y Sociedad, entidade com sede em Lima, foi vítima da farsa e emitiu um alerta mundial sobre os agora desmentidos "cárcere privado" e "escudo humano".
Agora quem vai correr o mundo é a verdade.
----
Não pude aferir as informações do Público. Até o momento, a edição de hoje não chegou na maior banca da capital, a do Alvino, na praça da República".
No mesmo dia 24 de abril, Juvêncio também publicou nota da CPT que ainda hoje é de uma atualidade impressionante. Leia:
“CPT Acusa Dantas de Enganar TJ
Nota da CPT emitida hoje de manhã.
A Agropecuária Santa Bárbara Xinguara S/A enganou o Tribunal de Justiça do Estado do Pará para conseguir uma liminar de reintegração de posse da Fazenda Espírito Santo, localizada nos Municípios de Xinguara e Sapucaia.
A empresa agiu de má-fé ao ingressar com a Ação Judicial na Vara Agrária de Marabá, sendo que o imóvel localiza-se na área de jurisdição da Vara Agrária de Redenção, onde já tramitam duas ações judiciais referentes à Fazenda Espírito Santo: um interdito proibitório, com audiência marcada para o dia 22.06.09 e uma Ação Civil Pública proposta pelo ITERPA, na qual o juiz ordenou o bloqueio das matriculas do imóvel, por suspeita de grilagem. A manobra da Agropecuária Santa Bárbara é ainda mais gritante se considerarmos que a Ação foi proposta durante a ausência da Juíza titular da Vara Agrária de Marabá, tendo sido imediatamente concedida a liminar pela Magistrada de plantão.
Na segunda feira subseqüente, na volta da Juíza Titular, a mesma revogou a liminar e marcou audiência para ouvir a parte autora. A Empresa recorreu para Belém e maliciosamente induziu o Tribunal a erro, declarando que o imóvel dista apenas 105 KM de Marabá, quando na verdade fica a mais de 170 KM.
Assim, o Tribunal de justiça concedeu a liminar, acreditando localizar-se o imóvel no Município de Marabá.Certamente a Agropecuária Santa Bárbara não impetrou a Ação na Vara Agrária de Redenção como prevê a lei, temendo uma decisão negativa, considerando que o Juiz daquela Vara já havia determinado o bloqueio da matrícula da Fazenda Espírito Santo por entender que se trata de terra pública, patrimônio do Estado do Pará.
Não é a primeira vez que fazendeiros da região usam desse estratagema criminoso para obter proveito da justiça. O grupo Quagliato, proprietário da Fazenda Rio Vermelho, próxima à Fazenda Espírito Santo, também usou desse artifício em 2006, ao requerer na Vara Agrária a concessão de liminar alegando que o imóvel encontrava-se ocupado pela MST. A liminar foi deferida e as famílias foram despejadas de outra área, distante mais de 20KM da Fazenda Rio Vermelho.
Mais tarde os advogados dos trabalhadores conseguiram provar que o local do acampamento era terra pública, ilegalmente apropriada pelo grupo Quagliato. A liminar foi suspensa e os agricultores voltaram e continuam acampados no local aguardando serem assentados pelo INCRA.
No caso da Fazenda Espírito Santo, os advogados dos trabalhadores vão ingressar com as medidas legais na Vara Agrária e no Tribunal de Justiça contra a Agropecuária Santa Bárbara. É importante deixar claro que NÃO EXISTE LIMINAR A SER CUMPRIDA NA FAZENDA ESPÍRITO SANTO, e as famílias de lá não vão sair sem ordem judicial.
O que existe é uma liminar, conseguida de forma fraudulenta, para ser cumprida em uma fazenda localizada a 105 km de Marabá, sob jurisdição da Vara Agrária de Marabá, que não se trata da Fazenda Espírito Santo que é situada no Município de Xinguara, sob jurisdição da Vara Agrária de Redenção".
Por fim, deixo aos leitores, duas notícias publicadas, hoje, sobre o episódio mais recente: as fotografias, que, a exemplo do tal escudo humano de jornalistas que não houve, também correm o país.
A primeira é da agência Adital; a segunda, do MST
Eis a da Adital:
“Luta pela terra na Amazônia: uma vez mais impera parcialidade da mídia
Desde ontem a mídia local e os veículos grandalhões, como ironizava o jornalista Sérgio de Souza, sentam a pua no MST do Pará. A parcialidade sobre a cobertura envolvendo a luta pela terra na Amazônia não é invenção desses dias. Vem de velha data, onde a omissão ou ignorância sobre a complexidade da questão serve de moldura.
A refrega envolve o movimento e o tentáculo rural do banqueiro baiano Daniel Dantas, a Agropecuária Santa Bárbara, e uma outra propriedade de tradicional família paulista, os Quagliato.
No caso de Dantas, condenado e indiciado por vários crimes no mercado financeiro, a propriedade é a fazenda Maria Bonita, localizada no município de Eldorado do Carajás, na mesma rodovia do Massacre, a PA 150. A fazenda encontra-se ocupada desde a metade de 2008.
A propriedade foi negociada pela família Mutran, que conforme o estado não poderia ter realizado a comercialização, por se tratar de terras de aforamento. Ou seja, a família tinha o direito de exploração extrativa da castanha, quando ali uma floresta existiu. Por tanto, se trata de terras públicas, que estavam disponíveis para posse apenas para explorar castanhas, árvores que há muito foram derrubadas na área (sem que ninguém tenha denunciado, apesar de ser proibido por lei!)
É a ilegalidade que conforma a maioria das propriedades rurais na Amazônia, em particular no Pará. No primeiro semestre do ano o Ministério Público Federal (MPF) anunciou que 6.102 títulos de terra registrados nos cartórios estaduais são irregulares.
Somados, os papéis representam mais de 110 milhões de hectares, quase um Pará a mais, em áreas possivelmente griladas. Os dados resultam de três anos de pesquisa dos órgãos ligados à questão fundiária no estado, através da Comissão Permanente de Monitoramento, Estudo e Assessoramento das Questões Ligadas à Grilagem (Tribunal de Justiça, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, Advocacia Geral da União, Ordem dos Advogados do Brasil, Federação dos Trabalhadores na Agricultura, Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos Comissão Pastoral da Terra e a Federação da Agricultura do Estado do Pará). O documento foi apresentado no dia 30 de abril no auditório do MPF em Belém.
Desde 2006 o MST ocupa a fazenda Rio Vermelho, no município de Sapucaia, sudeste do Pará. O Grupo Quagliato, dono da Empresa Agropecuária QUAMASA- Quagliato da Amazônia Agropecuária S/A, detinha três fazendas na região, e era dona da Usina São Luiz S/A. Em Ourinhos, São Paulo, o Quagliato, processava açúcar e álcool
Em junho de 2009 o MPF e o IBAMA anunciaram multas robustas contra fazendeiros e frigoríficos por animarem a devastação na Amazônia. A maior indenização refere-se ao caso da fazenda Rio Vermelho, da família Quagliato, em Sapucaia, que pode ter que pagar mais de R$ 375 milhões. O mesmo caso vale a outra fazenda de Daniel Dantas, no município de Xinguara, a Espírito Santo, que deve pagar multa de R$ 142 milhões. Além de crime ambiental a fazenda registrou a prática de trabalho escravo.
Tudo isso, se aplicado a Constituição constitui condição de não cumprimento da função social e por tanto deveria ser desapropriada pelo estado”.
E aqui está a notícia do site do MST (
http://www.mst.org.br/ ):
"Sem Terra continuam jornada de lutas no Pará
O MST do Pará continua a jornada de lutas contra a lentidão do processo de Reforma Agrária, pelo assentamento das 2 mil famílias acampadas no estado e por obras de infra-estrutura nos assentamentos antigos.
Os protestos denunciam o uso de milícias armadas pelo latifúndio e defende a agilização da retomada de terras griladas. "A retomada das terras griladas está parada e os latifundiários estão utilizando milícias armadas para intimidar as famílias Sem Terra", denuncia integrante da coordenação nacional do MST, Maria Raimunda César.
Nesta quinta-feira (5/11), mais de mil famílias chegaram ao acampamento na Curva do S, palco do Massacre de Eldorado dos Carajás. Os Sem Terra devem permanecer até dia 13 de novembro no local, quando terminarem as negociações com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Cerca de 400 Sem Terra fizeram um protesto na estrada que liga os municípios de Parauapebas e Canaã dos Carajás para cobrar a retomada de áreas griladas na região.
No município de Tucuruí, cerca de 70 famílias ocupam o Incra em protesto contra a invasão de um assentamento por madeireiros, que estão fazendo o corte de madeira. No começo do ano, o Incra desapropriou a fazenda Piratininga, no município de Tucuruí, que seria organizado no modelo extrativista. Em vez de lotes, as 120 famílias morariam em uma agrovila e trabalhariam de forma coletiva nas terras, por meio de técnicas ecológicas. As terras do assentamento foram invadidas por jagunços armados, a mando de madeireiros, que estão fazendo o corte da madeira e a devastação das terras.
“Estamos cobrando uma atitude das autoridades diante da violência dos madeireiros. As famílias do MST foram obrigadas a sair do assentamento porque não tinham tranqüilidade para trabalhar e para impedir que a culpa do desmatamento recaísse sobre o nosso movimento”, denuncia a integrante da coordenação nacional do MST Maria Raimunda.
No município de Sapucaia, cerca de 250 famílias fizeram um ato na sede da fazenda Rio Vermelho, que tem parte ocupada desde 2006. O Incra fez a vistoria da área no ano passado e concluiu que a terra é da União. Os Sem Terra reivindicam a devolução da área. No momento, as famílias se encontram na beira da estrada e esperam que as autoridades responsáveis agilizem a retomada da terra.
Sobre acusações
O MST do Pará nega as acusações de depredação de duas fazendas ocupadas pelo Movimento nesta quarta-feira (4/11). “Fizemos protestos pacíficos para cobrar a retomada das áreas griladas. Não houve destruição nem depredação. Os latifundiários querem estigmatizar os nossos protestos como violentos para impedir as lutas sociais e manter suas terras griladas”, esclarece Maria Raimunda.
Em relação às fotos divulgadas, a dirigente do MST questiona a autenticidade. “Não há nenhuma garantia de que as famílias do nosso movimento foram responsáveis pelo que está nas fotos nem que foram tiradas depois dos nossos protestos”.
Foi realizado um ato pacífico na sede da Fazenda Maria Bonita (Eldorado dos Carajás), do grupo Santa Bárbara, de propriedade do banqueiro Daniel Dantas. Essa fazenda está ocupada desde julho de 2008 por 450 famílias que cobram a retomada da área que, de acordo com estudo do Iterpa (Instituto de Terras do Pará), é grilada. Depois do ato, as famílias fizeram um protesto na rodovia PA-150.
Na semana passada, quatro pessoas foram sequestradas por milícias armadas financiadas por latifundiários e pelo agronegócio. Nos últimos meses, mais de 18 trabalhadores foram baleados por ações desses grupos. "Essas milícias são clandestinas e atuam no sentido de combater os movimentos sociais do campo e perseguir os trabalhadores acampados”, explica.
( EU AMO A PERERECA)
REPRODUZINDO
JORNADA DE LUTA PELA REFORMA AGRÁRIA
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST do Estado do Pará iniciou desde o dia 03 de novembro de 2009 a Jornada de Luta pela Reforma Agrária. Esta mobilização vem exigir o cumprimento de uma pauta de reivindicação dos trabalhadores e trabalhadoras com demandas de todas as áreas de acampamentos e assentamentos do MST no Pará.
Em Tucuruí as terras da fazenda Piratininga foram desapropriadas em 2008 por serem griladas, da União. Por ser uma área com 80% de floresta, o MST propôs que o assentamento fosse agroextrativista e a área de reserva legal fosse comunitária. Porém, madeireiros e posseiros da região estão, desde a época, desmatando a área de reserva, ameaçando e expulsando as famílias do assentamento. Por isso, desde o dia 03 de novembro o INCRA de Tucuruí está ocupado com 220 Sem Terra que exigem tomada de decisão dos órgãos responsáveis para resolver esta situação.
Faz parte desta luta também a exigência de desapropriação imediata de todas as fazendas ocupadas pelo MST. Dentre elas a arrecadação da Fazenda Maria Bonita, do Grupo Santa Bárbara, ligada ao banqueiro Daniel Dantas. Esta fazenda está ocupada por 400 famílias do MST que estão no Acampamento Dalcídio Jurandir desde julho de 2008 e já foi comprovado que a terra é irregular.
Estas terras foram aforadas com a família Mutran e tinha o propósito de exploração de castanhas. Ao invés disso, foi desmatado todo o castanhal e plantado pasto para a pecuária. Depois disso, ainda foi “vendida” para a Agropecuária Santa Bárbara que continua com a pecuária extensiva nas terras. A Maria Bonita é oriunda de antigo castanhal de patrimônio do Estado do Pará, e que não poderia ser alienada sem prévia autorização estatal.
As 400 famílias ocuparam a PA 150, na manhã do dia 04 de novembro e estão mobilizadas aguardando que o governo solicite a devolução da terra para o Estado e realize o assentamento imediato.
Além destas áreas, as fazendas Espírito Santo e Cedro, ligadas à Agropecuária Santa Bárbara, estão na mesma situação de irregularidades e, inclusive, já existe Ação Civil Pública nos casos da Maria Bonita e Cedro.
Outras 200 famílias se mobilizaram na ocupação da PA 158 em frente à Fazenda Rio Vermelho, em Sapucaia, do grupo Quagliato, dono da Empresa QUAMASA – Quagliato da Amazônia Agropecuária S/A. A vistoria da terra realizada pelo INCRA já confirmou que a área é da União, além da fazenda ser utilizada de forma irregular, esteve durante vários anos na lista de fazendas que utilizavam trabalho escravo. Em julho de 2009, o MPF e o IBAMA multaram fazendeiros e frigoríficos, dentre as multadas estava a fazenda Rio Vermelho, que deve à justiça mais de R$ 375 milhões de reais.
Denunciamos também o uso de milícias armadas pelas empresas que especulam a terra na região e as utilizam para outras funções, explorando e devastando a Amazônia. De fevereiro até o atual momento, 18 trabalhadores foram baleados pela escolta armada da Agropecuária Santa Bárbara, bem como as freqüentes ameaças e seqüestros dos trabalhadores acampados.
A Jornada de Luta pela Reforma Agrária pretende negociar com órgãos dos governos estadual e federal: INCRA, MDA, ITERPA, Casa Civil.
O MST no Pará possui mais de 2000 famílias acampadas e 2503 famílias assentadas. Exigimos imediata desapropriação das áreas e implantação de políticas públicas nos assentamentos, construindo assim uma Reforma Agrária com justiça social.
Continuamos mobilizados, com cerca de 2000 pessoas, em um grande Acampamento na Curva do S (Eldorado dos Carajás), símbolo de resistência dos trabalhadores e trabalhadoras do MST e em protesto ao descaso do poder público em relação à Reforma Agrária neste Estado.
Coordenação Estadual do MST Pará
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST do Estado do Pará iniciou desde o dia 03 de novembro de 2009 a Jornada de Luta pela Reforma Agrária. Esta mobilização vem exigir o cumprimento de uma pauta de reivindicação dos trabalhadores e trabalhadoras com demandas de todas as áreas de acampamentos e assentamentos do MST no Pará.
Em Tucuruí as terras da fazenda Piratininga foram desapropriadas em 2008 por serem griladas, da União. Por ser uma área com 80% de floresta, o MST propôs que o assentamento fosse agroextrativista e a área de reserva legal fosse comunitária. Porém, madeireiros e posseiros da região estão, desde a época, desmatando a área de reserva, ameaçando e expulsando as famílias do assentamento. Por isso, desde o dia 03 de novembro o INCRA de Tucuruí está ocupado com 220 Sem Terra que exigem tomada de decisão dos órgãos responsáveis para resolver esta situação.
Faz parte desta luta também a exigência de desapropriação imediata de todas as fazendas ocupadas pelo MST. Dentre elas a arrecadação da Fazenda Maria Bonita, do Grupo Santa Bárbara, ligada ao banqueiro Daniel Dantas. Esta fazenda está ocupada por 400 famílias do MST que estão no Acampamento Dalcídio Jurandir desde julho de 2008 e já foi comprovado que a terra é irregular.
Estas terras foram aforadas com a família Mutran e tinha o propósito de exploração de castanhas. Ao invés disso, foi desmatado todo o castanhal e plantado pasto para a pecuária. Depois disso, ainda foi “vendida” para a Agropecuária Santa Bárbara que continua com a pecuária extensiva nas terras. A Maria Bonita é oriunda de antigo castanhal de patrimônio do Estado do Pará, e que não poderia ser alienada sem prévia autorização estatal.
As 400 famílias ocuparam a PA 150, na manhã do dia 04 de novembro e estão mobilizadas aguardando que o governo solicite a devolução da terra para o Estado e realize o assentamento imediato.
Além destas áreas, as fazendas Espírito Santo e Cedro, ligadas à Agropecuária Santa Bárbara, estão na mesma situação de irregularidades e, inclusive, já existe Ação Civil Pública nos casos da Maria Bonita e Cedro.
Outras 200 famílias se mobilizaram na ocupação da PA 158 em frente à Fazenda Rio Vermelho, em Sapucaia, do grupo Quagliato, dono da Empresa QUAMASA – Quagliato da Amazônia Agropecuária S/A. A vistoria da terra realizada pelo INCRA já confirmou que a área é da União, além da fazenda ser utilizada de forma irregular, esteve durante vários anos na lista de fazendas que utilizavam trabalho escravo. Em julho de 2009, o MPF e o IBAMA multaram fazendeiros e frigoríficos, dentre as multadas estava a fazenda Rio Vermelho, que deve à justiça mais de R$ 375 milhões de reais.
Denunciamos também o uso de milícias armadas pelas empresas que especulam a terra na região e as utilizam para outras funções, explorando e devastando a Amazônia. De fevereiro até o atual momento, 18 trabalhadores foram baleados pela escolta armada da Agropecuária Santa Bárbara, bem como as freqüentes ameaças e seqüestros dos trabalhadores acampados.
A Jornada de Luta pela Reforma Agrária pretende negociar com órgãos dos governos estadual e federal: INCRA, MDA, ITERPA, Casa Civil.
O MST no Pará possui mais de 2000 famílias acampadas e 2503 famílias assentadas. Exigimos imediata desapropriação das áreas e implantação de políticas públicas nos assentamentos, construindo assim uma Reforma Agrária com justiça social.
Continuamos mobilizados, com cerca de 2000 pessoas, em um grande Acampamento na Curva do S (Eldorado dos Carajás), símbolo de resistência dos trabalhadores e trabalhadoras do MST e em protesto ao descaso do poder público em relação à Reforma Agrária neste Estado.
Coordenação Estadual do MST Pará
O Coletivo Amplitude Assina e Chama o PSOL
Não em nosso nome!
A companheira Heloísa Helena, presidente Nacional do PSOL, mais uma vez faz declarações enfáticas em apoio à candidata do PV, Marina Silva, na disputa para a presidência da República de 2010.
Consideramos importante esclarecer, que em que pese a Heloísa ser presidenta do Partido, não fala em nosso nome, e tampouco em nome de uma grande quantidade de filiados e militantes. Fala em seu próprio nome.
Heloísa Helena se equivoca. A candidata do PV não pode defender o desenvolvimento sustentável nem a inclusão social, pois defendeu o contrário durante seis anos como ministra do governo Lula, governo que continua reivindicando. Sua ruptura tem sido com o PT, mas não com o projeto encabeçado pelo atual presidente, que conta com o apoio de sinistros personagens da política brasileira tais como Jader Barbalho, Sarney, Collor, Renan Calheiros, e tantos outros.
Não pode defender a Amazônia quem reivindica o Presidente da multinacional Natura, que rouba segredos milenares dos povos da floresta, não para garantir a inclusão social dos mesmos, mas para auferir poderosos lucros. Como afirmou o companheiro Osmarino Amâncio, dirigente do PSOL/AC se referindo a Marina Silva: “Ela aceitou os transgênicos... ajudou a implantação de projetos que mercantilizam a Amazônia... privatizou 5% dos rios e lagos para o agronegócio”. Também, Marina não pode defender o desenvolvimento sustentável uma vez que defendeu e defende a política econômica de FHC e de Lula. Coerente com sua visão, Marina propôs em março a unidade do PSDB com o PT.
Da nossa parte, lamentamos que Heloísa tente desqualificar aos companheiros e companheiras do PSOL que defendem candidatura própria, os acusando de cínicos e eleitoreiros. Não se trata de um debate qualquer, pois consideramos um verdadeiro crime político, um atentado contra o PSOL, apoiar Marina, com quem nosso partido não tem nenhum projeto em comum. Apoiar sua candidatura, no entanto, terá um altíssimo custo político: o de abandonar a estratégia e a coerência do PSOL. Como podemos defender uma candidatura que não se diferencia do governo nem da falsa oposição da velha direita, que não por acaso decidiu filiar-se ao PV, partido que é parte de sustentação do governo Lula, e por sua vez compõe com os tucanos e o PMDB em alguns estados a exemplo do RJ?
A decisão de Heloísa e de alguns dirigentes de defender a candidatura de Marina enfrenta uma importante oposição no partido, que defende de forma unitária que o PSOL se apresente com candidatura própria. Esta é a tarefa e a batalha que, os que defendemos o projeto político que originou o PSOL, temos pela frente.
Babá - Silvia Santos - Douglas Diniz - Michel Oliveira - Wellington Cabral (Diretório Nacional do PSOL) - Rosi Messias (Executiva PSOL RJ) Pedro Rosa - Juninho Alves (Diretório PSOL/RJ) Neide Solimões (Executiva Estadual PSOL/PA) - Manuel Iraola (Executiva Estadual PSOL/SP) - Diego Vitello (Diretório Estadual PSOL/RS) - Luis Percio (Presidente PSOL Alegrete RS).
A companheira Heloísa Helena, presidente Nacional do PSOL, mais uma vez faz declarações enfáticas em apoio à candidata do PV, Marina Silva, na disputa para a presidência da República de 2010.
Consideramos importante esclarecer, que em que pese a Heloísa ser presidenta do Partido, não fala em nosso nome, e tampouco em nome de uma grande quantidade de filiados e militantes. Fala em seu próprio nome.
Heloísa Helena se equivoca. A candidata do PV não pode defender o desenvolvimento sustentável nem a inclusão social, pois defendeu o contrário durante seis anos como ministra do governo Lula, governo que continua reivindicando. Sua ruptura tem sido com o PT, mas não com o projeto encabeçado pelo atual presidente, que conta com o apoio de sinistros personagens da política brasileira tais como Jader Barbalho, Sarney, Collor, Renan Calheiros, e tantos outros.
Não pode defender a Amazônia quem reivindica o Presidente da multinacional Natura, que rouba segredos milenares dos povos da floresta, não para garantir a inclusão social dos mesmos, mas para auferir poderosos lucros. Como afirmou o companheiro Osmarino Amâncio, dirigente do PSOL/AC se referindo a Marina Silva: “Ela aceitou os transgênicos... ajudou a implantação de projetos que mercantilizam a Amazônia... privatizou 5% dos rios e lagos para o agronegócio”. Também, Marina não pode defender o desenvolvimento sustentável uma vez que defendeu e defende a política econômica de FHC e de Lula. Coerente com sua visão, Marina propôs em março a unidade do PSDB com o PT.
Da nossa parte, lamentamos que Heloísa tente desqualificar aos companheiros e companheiras do PSOL que defendem candidatura própria, os acusando de cínicos e eleitoreiros. Não se trata de um debate qualquer, pois consideramos um verdadeiro crime político, um atentado contra o PSOL, apoiar Marina, com quem nosso partido não tem nenhum projeto em comum. Apoiar sua candidatura, no entanto, terá um altíssimo custo político: o de abandonar a estratégia e a coerência do PSOL. Como podemos defender uma candidatura que não se diferencia do governo nem da falsa oposição da velha direita, que não por acaso decidiu filiar-se ao PV, partido que é parte de sustentação do governo Lula, e por sua vez compõe com os tucanos e o PMDB em alguns estados a exemplo do RJ?
A decisão de Heloísa e de alguns dirigentes de defender a candidatura de Marina enfrenta uma importante oposição no partido, que defende de forma unitária que o PSOL se apresente com candidatura própria. Esta é a tarefa e a batalha que, os que defendemos o projeto político que originou o PSOL, temos pela frente.
Babá - Silvia Santos - Douglas Diniz - Michel Oliveira - Wellington Cabral (Diretório Nacional do PSOL) - Rosi Messias (Executiva PSOL RJ) Pedro Rosa - Juninho Alves (Diretório PSOL/RJ) Neide Solimões (Executiva Estadual PSOL/PA) - Manuel Iraola (Executiva Estadual PSOL/SP) - Diego Vitello (Diretório Estadual PSOL/RS) - Luis Percio (Presidente PSOL Alegrete RS).
VOTEM EM MIM !!!!!!!
MEU CAMARADA. NÃO SEI NÃO, PELA LÓGICA E ÓTICA PETISTA, TUDO PARECE FÁCIL. ACHO QUE VAI DAR ZEBRA. VERDE E AMARELA.
TÔ COSTURANDO MEU MAPA DE ALIANÇAS. COM OS PARTIDOS TRAIRAS DO POVO ,POR ENQUANTO,NÃO ESCOLHI NINGUÉM. ACHO QUE DEPOIS DO CARNAVAL VOU LANÇAR-ME CANDIDATO A PRESIDENTE. VOU AMARRAR TODO MUNDO NESSA ALIANÇA E DEPOIS DOU UM PÉ NA BUNDA DELES.
MANDAREI CONSTRUIR UMA PENITENCIARIA DE SEGURANÇA MÁXIMA SÓ PARA POLÍTICO QUE SE ENVOLVEU EM ESCÂNDALOS NO BRASIL. CLARO QUE SEUS ACESSORES TAMBÉM TERÃO LUGARZINHO RESERVADO.
LEMBRA DA ILHA DE COTIJUBA. ASSINAREI UM DECRETO QUE ELABORAREI JUNTO COM OS BRASILEIROS QUE FORAM PRESOS (OS QUE CONTINUAM PRESO TERÃO PRIORIDADE PARA COMPOR O MINISTÉRIO) POR CRIMES FAMÉLICOS.
A MINISTRA CHEFE DA CASA CIVIL SERÁ AQUELA SENHORA QUE FOI PRESA POR QUE 'ROUBOU' UM POTINHO DE MARGARINA. (IA ESQUECENDO O PROJETO DA PRISÃO PARA A TROUP DE JUIZES CORRUPTOS. JÁ ESTÁ PRONTO.)
IREMOS CONSTRUIR UMA PENITENCIARIA DE SEGURANÇA MÁXIMA NO SERTÃO NORDESTINO.BEM NO DESERTO ONDE NÃO CHOVE. (ÁGUA SÓ PRA BEBER, BANHO DE 3O EM 30 DIAS. SEM PENA ALTERNATIVA,SEM REGALIAS,SEM DIREITOS HUMANOS.) PRÁ APRENDEREM A SER HUMANOS. VISITA INTIMA. SÓ A DO PADRE QUE VAI PREGAR DURANTE ESSE PERIODO DE"RECLUSÃO" O DESAPEGO AS COISAS TERRENAS E A SOLIDARIEDADE ENTRE OS IGUAIS.
DUVIDAS QUE EU GANHE COM ESSA PLATAFORMA ELEITORAL ?
(Postado em um Blogger Famoso na Net)
TÔ COSTURANDO MEU MAPA DE ALIANÇAS. COM OS PARTIDOS TRAIRAS DO POVO ,POR ENQUANTO,NÃO ESCOLHI NINGUÉM. ACHO QUE DEPOIS DO CARNAVAL VOU LANÇAR-ME CANDIDATO A PRESIDENTE. VOU AMARRAR TODO MUNDO NESSA ALIANÇA E DEPOIS DOU UM PÉ NA BUNDA DELES.
MANDAREI CONSTRUIR UMA PENITENCIARIA DE SEGURANÇA MÁXIMA SÓ PARA POLÍTICO QUE SE ENVOLVEU EM ESCÂNDALOS NO BRASIL. CLARO QUE SEUS ACESSORES TAMBÉM TERÃO LUGARZINHO RESERVADO.
LEMBRA DA ILHA DE COTIJUBA. ASSINAREI UM DECRETO QUE ELABORAREI JUNTO COM OS BRASILEIROS QUE FORAM PRESOS (OS QUE CONTINUAM PRESO TERÃO PRIORIDADE PARA COMPOR O MINISTÉRIO) POR CRIMES FAMÉLICOS.
A MINISTRA CHEFE DA CASA CIVIL SERÁ AQUELA SENHORA QUE FOI PRESA POR QUE 'ROUBOU' UM POTINHO DE MARGARINA. (IA ESQUECENDO O PROJETO DA PRISÃO PARA A TROUP DE JUIZES CORRUPTOS. JÁ ESTÁ PRONTO.)
IREMOS CONSTRUIR UMA PENITENCIARIA DE SEGURANÇA MÁXIMA NO SERTÃO NORDESTINO.BEM NO DESERTO ONDE NÃO CHOVE. (ÁGUA SÓ PRA BEBER, BANHO DE 3O EM 30 DIAS. SEM PENA ALTERNATIVA,SEM REGALIAS,SEM DIREITOS HUMANOS.) PRÁ APRENDEREM A SER HUMANOS. VISITA INTIMA. SÓ A DO PADRE QUE VAI PREGAR DURANTE ESSE PERIODO DE"RECLUSÃO" O DESAPEGO AS COISAS TERRENAS E A SOLIDARIEDADE ENTRE OS IGUAIS.
DUVIDAS QUE EU GANHE COM ESSA PLATAFORMA ELEITORAL ?
(Postado em um Blogger Famoso na Net)
LULA & JUDAS EM COALIZÃO
“Qualquer um que ganhar as eleições, pode ser o maior xiita deste país ou o maior direitista, não conseguirá montar o governo fora da realidade política. Entre o que se quer e o que se pode fazer tem uma diferença do tamanho do Oceano Atlântico. Se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão.”
Lula, em entrevista à Folha de S.Paulo, falando das alianças que tem de fazer para poder governar o País.
‘ESSE NOSSO PRESIDENTE É HILÁRIO, JESUS NÃO FARIA ALIANÇA DESSE TIPO’
“PREFERIU A MORTE A ESSE CHEIRO FORTE DE PODRIDÃO QUE CERCA O MUNDO REAL”
Lula, em entrevista à Folha de S.Paulo, falando das alianças que tem de fazer para poder governar o País.
‘ESSE NOSSO PRESIDENTE É HILÁRIO, JESUS NÃO FARIA ALIANÇA DESSE TIPO’
“PREFERIU A MORTE A ESSE CHEIRO FORTE DE PODRIDÃO QUE CERCA O MUNDO REAL”
POTÓCAS ON LINE
O favoritismo de Dilma
Publicada no Estadão, artigo do professor Carlos Pio (*) intitulado "Por que Dilma será a nova presidente" direciona favoritismo da campanha eleitoral à candidata do presidente Lula:
Daqui a exatos 12 meses os brasileiros vão escolher o seu novo presidente. Poucos analistas parecem ter dúvidas de que teremos segundo turno e de que este será disputado pela candidata do presidente Lula, a ministra Dilma Rousseff, e por um dos candidatos do principal partido da oposição, provavelmente o governador José Serra. Mas quase ninguém arrisca um prognóstico sobre o pleito, cautela essa provocada pelo que parece ser uma disputa apertada entre dois candidatos "sem graça", tecnocratas de cabeça e coração. Eu vou arriscar: Dilma ganha de Serra (ou Aécio Neves) no segundo turno, com folgada margem.
Vou explicar por quê.
Para começo de conversa, é fundamental enfatizar como o processo de seleção dos candidatos presidenciais afeta o desenlace da campanha. No nosso caso, demonstra o quanto a democracia brasileira ainda é dominada por indivíduos que estão no topo das organizações partidárias (e não por regras institucionalizadas). Em si mesmo, esse fato limita um verdadeiro debate de ideias sobre os problemas nacionais e sobre as diferentes alternativas existentes para resolvê-los. Dilma foi escolhida por uma única pessoa - o presidente Lula -, possivelmente após ouvir a opinião de alguns de seus conselheiros mais próximos. Serra será (ou não!) candidato a partir de uma decisão individual sua, à qual os dois partidos que o apoiam (PSDB e DEM) acederão sem maiores questionamentos. Se ele preferir não se candidatar a presidente, como em 2006, Aécio assumirá o posto também por decisão individual - mesmo que sob forte pressão dos aliados. Nesse processo terão sido ouvidas, talvez, quatro ou cinco outras pessoas. Ciro Gomes e Marina Silva se autodeclararam candidatos e suas legendas aceitaram - esta última tendo, por sinal, saído do PT com esse propósito.
Em suma, em todos os "partidos" a escolha do candidato a presidente se dará de forma não institucionalizada e, por conseguinte, sem debate público sobre as diferenças entre os eventuais postulantes no que diz respeito aos diagnósticos de nossos principais problemas e ao conteúdo das soluções que virão a propor. O eleitor também não saberá de antemão a diferença entre os candidatos no que concerne à governabilidade - isto é, como o eleito articulará sua base de apoio congressual e seu Ministério para viabilizar as ações do governo. Assim, a decisão do eleitor será tomada sob forte névoa de incerteza.
Sem debate público interno aos partidos, sem processo institucionalizado de escolha dos seus respectivos candidatos e sem um mínimo de clareza sobre a montagem futura das alianças políticas necessárias para governar, as eleições tendem a assumir um caráter ainda mais plebiscitário do que normalmente ocorre em regimes presidencialistas. Plebiscitário aqui assume o sentido de julgamento dos méritos do atual governo, desconsiderando a oposição. Destituí-lo, pela rejeição à candidata do presidente, representa incorrer em grau ainda mais acentuado de incerteza e insegurança para todo eleitor que tem algo de substancial a perder com a vitória da oposição - uma Bolsa-Família, uma tarifa de importação elevada, um subsídio tributário, uma vaga em universidade federal ou bolsa do governo federal, um emprego em empresa estatal ou de capital misto.
Um plebiscito sobre a renovação do mandato do grupo político do presidente será decidido em função do apoio do eleitor mediano (aquele que separa a distribuição dos votos de todo o eleitorado entre 50% + 1 e 50% - 1) à seguinte questão: "Você concorda que as coisas estão claramente melhores hoje do que no passado recente?" Esse foi o sentimento que marcou claramente as eleições de 1994, 1998 e 2006, todas vencidas pelos governos da ocasião. E parece-me razoável supor que tal sentimento é característico de períodos em que 1) a inflação está sob controle, 2) o governo tem capacidade de manejar os instrumentos de política necessários para dar um mínimo de segurança e estabilidade diante de um contexto externo instável e ameaçador, 3) há perspectiva de crescimento econômico e de queda do desemprego, 4) o gasto público e as políticas sociais focalizadas nos mais pobres estão em expansão. É isso o que vivemos hoje, não?
Pois bem, em tal conjuntura tão favorável ao governo o melhor que a oposição oferece é dar seguimento às políticas correntes e prometer mais eficiência administrativa e menos corrupção! É pouco, muito pouco! A oposição precisa ter propostas novas e capacidade para convencer o eleitorado de que elas são necessárias, viáveis e urgentes. Mas como fazer isso sem debate intrapartidário aberto e institucionalizado, assentado na diferença de diagnósticos e soluções? E como "testar", antes do pleito, o potencial eleitoral das ideias e os riscos embutidos nas novidades sem realizar prévias?
Afinal, alguém aí sabe o que Serra e Aécio pensam sobre os problemas nacionais? Alguém acha que algum deles ousaria propor mudança de rumos em relação ao que Lula vem fazendo? O que eles farão em relação a Bolsa-Família, câmbio com viés de apreciação, Mercosul paralisado, protecionismo comercial excessivo, política industrial e tecnológica concentradora de renda, educação de mal a pior, malha de transportes precária, regulação arcaica do setor de energia, infraestrutura em frangalhos e política externa terceiro-mundista? Algum deles propõe privatizar o que ainda está nas mãos do governo federal? Algum deles propõe que o Mercosul feche um acordo de livre-comércio com os Estados Unidos ou a China, como fizeram México e Chile?
Sem que as diferenças sejam explicitadas o eleitor mediano não aceitará correr o risco de votar na oposição.
E o tempo para esse debate já terminou!
* Carlos Pio, professor de Economia Política Internacional da Universidade de Brasília (licenciado), é pesquisador visitante da Universidade de Oxford, Inglaterra. E-mail: crpio@unb.b
Publicada no Estadão, artigo do professor Carlos Pio (*) intitulado "Por que Dilma será a nova presidente" direciona favoritismo da campanha eleitoral à candidata do presidente Lula:
Daqui a exatos 12 meses os brasileiros vão escolher o seu novo presidente. Poucos analistas parecem ter dúvidas de que teremos segundo turno e de que este será disputado pela candidata do presidente Lula, a ministra Dilma Rousseff, e por um dos candidatos do principal partido da oposição, provavelmente o governador José Serra. Mas quase ninguém arrisca um prognóstico sobre o pleito, cautela essa provocada pelo que parece ser uma disputa apertada entre dois candidatos "sem graça", tecnocratas de cabeça e coração. Eu vou arriscar: Dilma ganha de Serra (ou Aécio Neves) no segundo turno, com folgada margem.
Vou explicar por quê.
Para começo de conversa, é fundamental enfatizar como o processo de seleção dos candidatos presidenciais afeta o desenlace da campanha. No nosso caso, demonstra o quanto a democracia brasileira ainda é dominada por indivíduos que estão no topo das organizações partidárias (e não por regras institucionalizadas). Em si mesmo, esse fato limita um verdadeiro debate de ideias sobre os problemas nacionais e sobre as diferentes alternativas existentes para resolvê-los. Dilma foi escolhida por uma única pessoa - o presidente Lula -, possivelmente após ouvir a opinião de alguns de seus conselheiros mais próximos. Serra será (ou não!) candidato a partir de uma decisão individual sua, à qual os dois partidos que o apoiam (PSDB e DEM) acederão sem maiores questionamentos. Se ele preferir não se candidatar a presidente, como em 2006, Aécio assumirá o posto também por decisão individual - mesmo que sob forte pressão dos aliados. Nesse processo terão sido ouvidas, talvez, quatro ou cinco outras pessoas. Ciro Gomes e Marina Silva se autodeclararam candidatos e suas legendas aceitaram - esta última tendo, por sinal, saído do PT com esse propósito.
Em suma, em todos os "partidos" a escolha do candidato a presidente se dará de forma não institucionalizada e, por conseguinte, sem debate público sobre as diferenças entre os eventuais postulantes no que diz respeito aos diagnósticos de nossos principais problemas e ao conteúdo das soluções que virão a propor. O eleitor também não saberá de antemão a diferença entre os candidatos no que concerne à governabilidade - isto é, como o eleito articulará sua base de apoio congressual e seu Ministério para viabilizar as ações do governo. Assim, a decisão do eleitor será tomada sob forte névoa de incerteza.
Sem debate público interno aos partidos, sem processo institucionalizado de escolha dos seus respectivos candidatos e sem um mínimo de clareza sobre a montagem futura das alianças políticas necessárias para governar, as eleições tendem a assumir um caráter ainda mais plebiscitário do que normalmente ocorre em regimes presidencialistas. Plebiscitário aqui assume o sentido de julgamento dos méritos do atual governo, desconsiderando a oposição. Destituí-lo, pela rejeição à candidata do presidente, representa incorrer em grau ainda mais acentuado de incerteza e insegurança para todo eleitor que tem algo de substancial a perder com a vitória da oposição - uma Bolsa-Família, uma tarifa de importação elevada, um subsídio tributário, uma vaga em universidade federal ou bolsa do governo federal, um emprego em empresa estatal ou de capital misto.
Um plebiscito sobre a renovação do mandato do grupo político do presidente será decidido em função do apoio do eleitor mediano (aquele que separa a distribuição dos votos de todo o eleitorado entre 50% + 1 e 50% - 1) à seguinte questão: "Você concorda que as coisas estão claramente melhores hoje do que no passado recente?" Esse foi o sentimento que marcou claramente as eleições de 1994, 1998 e 2006, todas vencidas pelos governos da ocasião. E parece-me razoável supor que tal sentimento é característico de períodos em que 1) a inflação está sob controle, 2) o governo tem capacidade de manejar os instrumentos de política necessários para dar um mínimo de segurança e estabilidade diante de um contexto externo instável e ameaçador, 3) há perspectiva de crescimento econômico e de queda do desemprego, 4) o gasto público e as políticas sociais focalizadas nos mais pobres estão em expansão. É isso o que vivemos hoje, não?
Pois bem, em tal conjuntura tão favorável ao governo o melhor que a oposição oferece é dar seguimento às políticas correntes e prometer mais eficiência administrativa e menos corrupção! É pouco, muito pouco! A oposição precisa ter propostas novas e capacidade para convencer o eleitorado de que elas são necessárias, viáveis e urgentes. Mas como fazer isso sem debate intrapartidário aberto e institucionalizado, assentado na diferença de diagnósticos e soluções? E como "testar", antes do pleito, o potencial eleitoral das ideias e os riscos embutidos nas novidades sem realizar prévias?
Afinal, alguém aí sabe o que Serra e Aécio pensam sobre os problemas nacionais? Alguém acha que algum deles ousaria propor mudança de rumos em relação ao que Lula vem fazendo? O que eles farão em relação a Bolsa-Família, câmbio com viés de apreciação, Mercosul paralisado, protecionismo comercial excessivo, política industrial e tecnológica concentradora de renda, educação de mal a pior, malha de transportes precária, regulação arcaica do setor de energia, infraestrutura em frangalhos e política externa terceiro-mundista? Algum deles propõe privatizar o que ainda está nas mãos do governo federal? Algum deles propõe que o Mercosul feche um acordo de livre-comércio com os Estados Unidos ou a China, como fizeram México e Chile?
Sem que as diferenças sejam explicitadas o eleitor mediano não aceitará correr o risco de votar na oposição.
E o tempo para esse debate já terminou!
* Carlos Pio, professor de Economia Política Internacional da Universidade de Brasília (licenciado), é pesquisador visitante da Universidade de Oxford, Inglaterra. E-mail: crpio@unb.b
NOTICIAS DE BLOGGER´S ALHEIOS
que país é esse?
Folha diz que Protógenes será demitido, Ministro nega
Esse país é realmente uma vergonha. A Folha está divulgando que o Delegado Protógenes Queiroz será sumariamente demitido da Polícia Federal, em um processo mais do que rápido, por ter participado de um comício que nem chegou a existir.
A assessoria de Tarso Genro nega, mas como em assuntos da Polícia Federal o Ministro é uma rainha da Inglaterra, provavelmente nem ficou sabendo. Tarso diz que Protógenes teria sido suspenso, o que já seria um absurdo.
Protógenes na verdade gravou um depoimento para um candidato a prefeito, e só. Coincidentemente, após a prisão de Daniel Dantas, a perseguição implacável ao Delegado começou e não mais parou. Tudo que se fazia gerava um processo interno, na tentativa de expulsar o Delegado dos quadros da PF a qualquer custo.
Para termos uma idéia do absurdo, até o seu blog virou alvo de investigação. Reabriram também uma denúncia de Maluf, que foi preso pelo Delegado e reclama disso. Só está faltando agora o ex-deputado Hidelbrando Paschoal, também preso por Protógenes, também reclamar de suposta perseguição. Ou quem sabe a Máfia Russa (Berezovsky), ou ainda o chinês Law Kin Chong.
Como a suspensão é apenas um passo inicial para tentar demitir o Delegado por qualquer coisa, podemos ter o inusitado e ridículo fato de Maluf demitir Protógenes, pois o ex-prefeito o acusa de abusos para prendê-lo.
Claro que isso ainda vai render muito, já que se realmente for demitido, Protógenes vai tentar reaver seu cargo na Justiça. Mas independente de qualquer coisa, o que está acontecendo é um completo absurdo.
Não faltarão aqueles que dirão que isso talvez fosse proibido, mas tenham certeza que uma enorme cortina de fumaça está se formando com o objetivo de livrar o banqueiro. Isso acontece justamente no momento em que uma juíza tenta loucamente retirar o processo de Dantas das mãos de Fausto DeSanctis.
O Acerto de Contas se solidariza totalmente ao Delegado, que apoiamos desde o início nesta cruzada contra o crime do colarinho branco.
Em entrevista ao Terra Magazine, Protógenes disse que “é um ato de tirania da cúpula da Polícia Federal contra a democracia. O verdadeiro bandido, o banqueiro bandido (Daniel Dantas), está solto, com a proteção de alguns agentes público, que deram decisões favoráveis a ele. Enquanto isso, o agente público que o investigou e prendeu está fora dos quadros dos serviços públicos.”
Amanhã tentarei falar com Protógenes, mas fica aqui a palavra de apoio contra esta perseguição implacável.
Folha diz que Protógenes será demitido, Ministro nega
Esse país é realmente uma vergonha. A Folha está divulgando que o Delegado Protógenes Queiroz será sumariamente demitido da Polícia Federal, em um processo mais do que rápido, por ter participado de um comício que nem chegou a existir.
A assessoria de Tarso Genro nega, mas como em assuntos da Polícia Federal o Ministro é uma rainha da Inglaterra, provavelmente nem ficou sabendo. Tarso diz que Protógenes teria sido suspenso, o que já seria um absurdo.
Protógenes na verdade gravou um depoimento para um candidato a prefeito, e só. Coincidentemente, após a prisão de Daniel Dantas, a perseguição implacável ao Delegado começou e não mais parou. Tudo que se fazia gerava um processo interno, na tentativa de expulsar o Delegado dos quadros da PF a qualquer custo.
Para termos uma idéia do absurdo, até o seu blog virou alvo de investigação. Reabriram também uma denúncia de Maluf, que foi preso pelo Delegado e reclama disso. Só está faltando agora o ex-deputado Hidelbrando Paschoal, também preso por Protógenes, também reclamar de suposta perseguição. Ou quem sabe a Máfia Russa (Berezovsky), ou ainda o chinês Law Kin Chong.
Como a suspensão é apenas um passo inicial para tentar demitir o Delegado por qualquer coisa, podemos ter o inusitado e ridículo fato de Maluf demitir Protógenes, pois o ex-prefeito o acusa de abusos para prendê-lo.
Claro que isso ainda vai render muito, já que se realmente for demitido, Protógenes vai tentar reaver seu cargo na Justiça. Mas independente de qualquer coisa, o que está acontecendo é um completo absurdo.
Não faltarão aqueles que dirão que isso talvez fosse proibido, mas tenham certeza que uma enorme cortina de fumaça está se formando com o objetivo de livrar o banqueiro. Isso acontece justamente no momento em que uma juíza tenta loucamente retirar o processo de Dantas das mãos de Fausto DeSanctis.
O Acerto de Contas se solidariza totalmente ao Delegado, que apoiamos desde o início nesta cruzada contra o crime do colarinho branco.
Em entrevista ao Terra Magazine, Protógenes disse que “é um ato de tirania da cúpula da Polícia Federal contra a democracia. O verdadeiro bandido, o banqueiro bandido (Daniel Dantas), está solto, com a proteção de alguns agentes público, que deram decisões favoráveis a ele. Enquanto isso, o agente público que o investigou e prendeu está fora dos quadros dos serviços públicos.”
Amanhã tentarei falar com Protógenes, mas fica aqui a palavra de apoio contra esta perseguição implacável.
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