sábado, 2 de janeiro de 2010

Sobre o chamado de Chávez à construção de uma V Internacional



Por ENLACE


Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional (LIT-QI)


• Nos dias 19 e 20 de novembro, realizou-se em Caracas, na Venezuela, o Encontro Internacional de Partidos de Esquerda, convocado por Hugo Chávez e pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV). O evento reuniu várias organizações de diversos continentes.

No centro do encontro, estiveram os debates sobre as bases militares dos Estados Unidos na Colômbia, o golpe em Honduras, bem como a construção do socialismo do século XXI, que se traduziram numa plataforma comum, o Compromisso de Caracas.

No final deste encontro, Chávez fez publicamente um chamado à construção de uma V Internacional. Foi decidido criar um grupo de trabalho para preparar o evento constitutivo de fundação da nova Internacional em abril de 2010, sendo que os diversos partidos presentes poderão ou não vir a fazer parte dessa plataforma.

A importância da construção de uma organização Internacional
Em primeiro lugar, não podemos deixar de dizer que a proposta de Chávez trouxe à tona novamente a discussão sobre a necessidade de uma organização internacional. A proposta de uma V Internacional apóia-se numa percepção cada vez maior dos trabalhadores e dos povos em nível mundial de que os ataques que sofrem diariamente têm um caráter global, do qual as grandes empresas multinacionais, espalhadas pelo mundo, são a maior expressão. Surge, então, a necessidade de alguma unidade, também ela internacional, que dê uma resposta a esses ataques.

É também interessante que Chávez faz este chamado reivindicando aparentemente a herança das internacionais anteriores e daqueles que foram os seus principais fundadores e figuras, como Marx, Engels, Lenin, Rosa Luxemburgo e Trotsky.

A proposta de uma V Internacional feita por Chávez vem no sentido de uma organização que coordene e articule a luta contra as ameaças imperialistas e militaristas. Em nossa opinião, os promotores da iniciativa da V Internacional, apesar dos seus choques com algumas políticas imperialistas, não são consequentemente antiimperialistas. No entanto, mesmo que o fossem, continuariam a estar usurpando o nome da Internacional em prol de um projeto com signo de classe oposto àquela que é a herança das I, II, III e IV Internacionais.

A história das Internacionais é a da luta pela emancipação da classe operária
A história das Internacionais Socialistas é a história da luta pela independência da classe operária frente à burguesia, seus organismos e instituições. Cada uma delas representa um estágio diferente de maturidade do movimento operário e de sua organização.

A I Internacional correspondeu ao nascimento do movimento operário mundial e à necessidade objetiva da classe operária de agrupar-se numa organização mundial própria, que impulsionasse e apoiasse as lutas de forma mais organizada, consciente e independente da burguesia. Apesar de corresponder ainda a um momento inicial de organização do proletariado e de não funcionar ainda como um verdadeiro partido internacional, o seu grande mérito foi ter mostrado que era possível e frutífera a unidade internacional dos trabalhadores, tendo feito penetrar o internacionalismo no seio da classe. Além do apoio a diversas greves e lutas operárias, a I internacional apoiou a Comuna de Paris, a primeira experiência de poder autônomo da classe operária.

A II Internacional foi a internacional da organização da classe operária. Foi no seu seio que se integraram amplas massas de trabalhadores em vários países que, organizando- se em sindicatos e partidos políticos, fizeram a sua aprendizagem política e sindical. É durante a II Internacional que os partidos operários socialistas e marxistas, pela primeira vez, ganham peso de massas. A II Internacional morre como organização revolucionária quando a maioria dos seus dirigentes apoia as suas respectivas burguesias nacionais na Primeira Guerra Mundial, fazendo predominar a unidade nacional (policlassista) frente ao internacionalismo proletário.

A III Internacional nasceu como reação a essa traição da II Internacional e à necessidade da luta pelo poder do proletariado face à decadência do capitalismo e sua burguesia na época imperialista. A III Internacional apoiava-se no grande triunfo da Revolução Russa onde, pela primeira vez na história, a classe operária tomou o poder e construiu o seu próprio Estado. Por isso, foi a Internacional que representou o proletariado em ação na luta pelo poder. A III foi a primeira tentativa de construir uma verdadeira direção revolucionária mundial que pudesse dirigir a revolução socialista internacional, que destruísse o imperialismo e conduzisse a classe operária ao poder em todos os países do mundo A III Internacional significou, por isso, um salto qualitativo ao constituir-se como o primeiro Partido Revolucionário Mundial, superando a frente de organizações operárias da I Internacional ou a federação de partidos da II. A III Internacional burocratizou- se e degenerou-se, produto de duas grandes derrotas do proletariado mundial, que levaram a um retrocesso da revolução mundial: o triunfo do stalinismo dentro da URSS e do nazismo na Alemanha.

A IV Internacional surgiu como continuação do projeto da III Internacional, de construir um Partido Mundial da Revolução Socialista, enquanto direção da classe operária mundial para a tomada do poder em nível internacional. Nesse sentido, esta tinha como objetivo resgatar a herança do marxismo e lutar contra esse novo fenômeno contra- revolucionário no seio da classe operária: a burocracia stalinista.

“A libertação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores”
Apesar das diferenças entre si, decorrentes das tarefas históricas que se colocaram ao proletariado mundial em diferentes momentos, há um aspecto fundamental que une todas as internacionais: a batalha constante pela independência política e organizativa da classe operária. Por isso, desde a I Internacional o lema foi: a libertação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores. Da mesma forma, o Manifesto Comunista, escrito por Marx e Engels, fundadores da I Internacional, documento de referência para as diversas Internacionais, afirmava que a história da humanidade era a da luta de classes.

Por isso, a canção que une todas as Internacionais é um hino à classe trabalhadora e à luta contra a burguesia, contra todos os exploradores e seus representantes. Podemos ouvir na canção da Internacional: “Senhores, patrões, chefes supremos/ Nada esperamos de nenhum/ Sejamos nós que conquistemos/ A terra mãe livre e comum/ Para não ter protestos vãos/ Para sair desse antro estreito/ Façamos nós por nossas mãos/ Tudo o que a nós diz respeito/ Bem unidos façamos/ Nesta luta final/ Uma terra sem amos/ A Internacional”.

A luta das Internacionais pelo socialismo está diretamente relacionada a este projeto de independência da classe operária, com o objetivo ultimo da tomada do poder pelo proletariado, concretizada na destruição do sistema capitalista e o estado burguês que o suporta, e a construção de um estado operário. Por isso, como referia o Manifesto Comunista: “[Os Comunistas] proclamam abertamente que seus objetivos só podem ser alcançados pela derrubada violenta de toda a ordem social existente. Que as classes dominantes tremam à idéia de uma revolução comunista! Os proletários nada têm a perder nela a não ser suas cadeias. Têm um mundo a ganhar. Proletários de todos os países, uni-vos!”. Ou seja, o socialismo de que se reclamavam as diferentes Internacionais era o fim da exploração capitalista, daqueles que dela vivem e das instituições que a sustentam, como os governos burgueses do mundo inteiro e as suas forças armadas, pois apenas abolindo a exploração é possível alcançar uma sociedade mais justa.

Chávez quer construir uma V Internacional baseada em partidos e governos burgueses
Ao fazer a proposta de construir uma V Internacional, Chávez se reivindica como parte de uma tradição de luta da classe operária em oposição à burguesia e a seus governos, pela destruição do sistema capitalista e pela construção de um sistema superior: o socialismo. No entanto, este chamado de Chávez não está apoiado em partidos de tradição operária. Pelo contrário, Chávez, o PSUV, os dirigentes e partidos seus aliados têm uma natureza de classe oposta à das Internacionais Operárias e Socialistas, sendo elementos alheios à classe operária.

Em primeiro lugar, Chávez é o presidente do governo burguês da Venezuela, onde até hoje não acabou a exploração e, segundo o próprio Chávez, ainda não foi destruído o estado burguês – depois de quase dez anos de governo de Chávez. Um exemplo é que na direção do PSUV encontramos vários milionários que, embora se considerem socialistas, enriquecem à custa da exploração dos trabalhadores venezuelanos. Além disso, Chávez é o chefe supremo das Forças Armadas venezuelanas, que são, por excelência, a força de sustentação do Estado burguês e de repressão da classe operária.

Mas o caráter de classe da V Internacional fica ainda mais claro quando vemos alguns dos partidos a quem Chávez dirige o convite para formar esta nova organização.

Um dos partidos presentes no Encontro e a quem Chávez dirigiu a proposta de integrar uma V Internacional foi o Partido Comunista Chinês. Este partido foi – lembremos – responsável, durante seu governo de várias décadas, pela restauração do capitalismo na China. Esta restauração significou que, nas mãos do PC chinês, a China é hoje um dos países com mais baixos salários e mais alto nível de exploração no mundo, o que tem levado as maiores multinacionais do planeta a transferir a sua produção para a China em busca de maiores taxas de lucro. Como se não bastasse, é também o Partido Comunista Chinês que, até hoje, governa o país com uma ditadura sanguinária que assegura, através do medo e repressão, os altos lucros da burguesia chinesa e imperialista, não permite a liberdade de expressão e reprime os trabalhadores que lutam por melhores condições de vida. É, portanto, à custa do suor dos trabalhadores chineses, que existem hoje multimilionários nas fileiras daquele que se chama Partido Comunista Chinês, mas que nada tem de comunista.

Um segundo exemplo do caráter burguês dos aliados a quem Chávez propõe construir a V Internacional é o PRI (Partido Revolucionário Institucional) do México. Este partido governou o México durante 60 anos, com um forte regime bonapartista, e é o grande responsável pela implementação dos planos neoliberais e da entrega completa do país ao imperialismo, nomeadamente através da assinatura do NAFTA.

Também presente no Encontro e convidado a participar da V Internacional estava o Partido Justicialista da Argentina, mais conhecido como peronista, que desde os anos 40, governou por vários mandatos a Argentina, sendo até hoje um pilar fundamental de sustentação do Estado burguês e de manutenção da exploração dos trabalhadores neste país. Entre os seus dirigentes mais recentes, encontramos Menem, que foi responsável pela entrada com força do neoliberalismo na Argentina, privatizando as grandes empresas do país, e também os governos dos Kirchner, que são até hoje os grandes agentes das petrolíferas internacionais na Argentina.

Os diversos partidos a quem se dirige o chamado à V Internacional de Chávez são, assim, na sua maioria, partidos burgueses, embora tenham importantes apoios na classe operária e na população pobre. Outros são partidos operários burocráticos e degenerados, que já não representam em nada a classe operária e dirigem governos burgueses contra os trabalhadores. Todos têm nas suas fileiras grandes milionários. Em comum, têm o fato de serem organizações alheias à classe operária e cujo percurso foi de traição aos trabalhadores e ao povo pobre. Sempre que subiram ao governo foi para aprofundar a exploração e a entrega dos países ao imperialismo.

V Internacional: um projeto que usurpa a herança das Internacionais para juntar burgueses e operários numa mesma organização
Segundo o Manifesto Comunista, “O governo moderno não é senão um comitê para gerir os negócios comuns de toda a classe burguesa”. O chamado à construção da V Internacional parte de um chefe de governo burguês – aliado a outros governos burgueses – que, como não poderia deixar de ser, servem aos interesses da burguesia, apesar do maior ou menor apoio operário que possam ter.

Da mesma forma, o socialismo do século XXI incluiu os empresários e milionários supostamente socialistas que mais não poderiam fazer que defender a sua propriedade privada, apesar de esta só poder existir na condição de privar de toda propriedade a imensa maioria da sociedade.

O que tem, então, em comum a proposta da V Internacional de Chávez com a tradição da III ou da IV de Lenin ou Trotsky (de que Chávez se acha parte), que encabeçaram a Revolução Russa que destruiu o Estado burguês e o seu exército, expropriou a burguesia e acabou com a exploração, construiu um exército revolucionário, apoiado no melhor da vanguarda operária organizada em sovietes, que lutou em armas contra os exércitos dos principais governos burgueses e imperialistas do mundo? Em nossa opinião, não tem nada em comum. Por isso, dizemos que Chávez usurpa a herança das internacionais anteriores quando faz o chamado à V Internacional.

Em primeiro lugar, porque ela não é uma Internacional Operária, pois pretende juntar partidos burgueses e partidos operários, governos burgueses e movimentos de trabalhadores. Governos e partidos burgueses com enfrentamentos (maiores ou menores) com o imperialismo existiram vários na história, como foi o caso de Perón na Argentina, Cardenas no México ou Vargas no Brasil. No entanto, qualquer organização internacional que se formasse a partir desses governos seria uma frente da burguesia e não uma Internacional Operária.

Nenhuma das Internacionais Operárias se fundou ou foi composta a partir de governos burgueses, exatamente porque com ou sem choques com o imperialismo, estes partidos e governos são de natureza oposta à das Internacionais: são burgueses e não operários. É por isso que apenas quando degeneraram, as Internacionais aceitaram cruzar a fronteira de classe e integraram nas suas fileiras governos burgueses, como foi o caso da II Internacional, ou se permitiram ter multimilionários nos seus partidos, como os Partidos Comunistas que encabeçaram a restauração capitalista nos seus países.

A tradição da III Internacional da qual nos reivindicamos é de que, se o imperialismo sai a atacar um país colonial ou semi-colonial, lutamos para derrotar o ataque imperialista e defender (sem apoio político) o governo que o imperialismo quer derrubar. Isso nunca significou, no entanto, dentro da tradição leninista apoiar um governo burguês e, muito menos, juntar numa mesma organização burgueses e proletários, pois a independência política e organizativa da classe é um princípio intocável.

Uma Internacional será operária ou será o oposto das Internacionais. Qualquer proposta de organização internacional que se proponha a juntar a burguesia e a classe trabalhadora, não será mais que um retrocesso de décadas na história do movimento operário, como um instrumento para travar as lutas dos trabalhadores subjugando-as às respectivas burguesias. O resultado disso ficou bem claro pelo rumo que tomou a II Internacional desde a sua capitulação às burguesias nacionais na Primeira Guerra até hoje, onde o socialismo desapareceu. Da sombra operária do passado pouco ou nada resta, e ficam apenas as políticas burguesas de ataque aos trabalhadores.

Em segundo lugar, como consequência de não ser uma Internacional Operária, a proposta de Chávez de uma V Internacional, também não é a de uma Internacional Socialista e Revolucionária. O socialismo na tradição das Internacionais e no marxismo, não é um simples enfrentamento com algumas políticas do imperialismo (em nossa opinião, inconsequente no caso de Chávez e seus aliados) e a adoção de políticas assistencialistas, mas um projeto de destruição do Estado burguês (e de suas forças armadas) e de construção de um estado operário, numa sociedade sem exploração e onde, estrategicamente, se pretende abolir a propriedade privada dos meios de produção. Esse projeto não é possível junto com milionários e governos burgueses, mas apenas contra eles.

Finalmente, não podemos deixar de dizer que esta usurpação da classe operária que Chávez pretende fazer com a proposta da V Internacional, já o iniciou na própria Venezuela com o PSUV, que tem na sua direção empresários socialistas, não como exceções individuais, mas como representantes de uma classe: a burguesia bolivariana. A proposta de uma V Internacional de Chávez é, assim, uma extensão internacional do projeto que, em nível nacional, se concretizou no PSUV: um partido burguês, embora com base operária, formado a partir do governo, centralizado burocraticamente e de forma direta a partir da figura do comandante-chefe Chávez.

A necessidade de uma Internacional Operária e Revolucionária para derrotar o capitalismo e o imperialismo
Dito isto, retomamos como começamos: a importância da construção da Internacional. A questão que se coloca é qual Internacional precisamos construir, visto que rejeitamos a proposta de Chávez de construir a V Internacional.

Propomo-nos a dar continuidade à Revolução de Outubro, da Rússia, que tinha no seu centro a classe operária e o povo organizado de forma independente em sovietes, expropriando a classe dominante e lutando em armas contra a burguesia. Apesar dos grandes fatos e mudanças que existiram desde essa época até agora, o que sem dúvida não mudou foi que, sem destruir o estado burguês em todo o mundo, não haverá socialismo e liberdade para os povos.

É, por isso, que desde a época imperialista – de decadência capitalista, revoluções e contra-revoluções –, o modelo de Internacional pelo qual consideramos que é preciso lutar é o da III Internacional da época de Lenin e Trotsky: uma Internacional Operária e Revolucionária.

Tal como a III, é preciso uma Internacional que seja um Partido Mundial da Revolução Socialista, composto por importantes Partidos Operários, centralizado democraticamente (e não dirigido burocraticamente por um comandante). Esse é o instrumento que hoje necessitamos construir para derrotar o capitalismo e o imperialismo: uma Internacional que seja um partido para a tomada do poder pelo proletariado e que seja mundial, porque o socialismo só poderá ser vitorioso apenas se for mundial.

A III Internacional como instrumento para a revolução socialista mundial foi destruída por Stalin que, abandonando o Internacionalismo Proletário e a independência de classe, pelo socialismo num só país e a colaboração com o imperialismo e as burguesias nacionais levou à degeneração da III e posteriormente ao seu fim.

Devido à luta que travou contra a burocratização da União Soviética e por manter vivo o internacionalismo proletário, foi a IV Internacional, fundada por Trotsky, que acabou por representar a herança de luta heróica da Revolução Russa e da III Internacional, numa época marcada pelo domínio das burocracias contra- revolucionárias no seio do movimento operário.

Hoje, a batalha que é preciso travar – e que a qual nos propomos – é, portanto, a da reconstrução da IV Internacional, que nada mais é do que retomar a tradição da III de luta pela construção do Partido Mundial da Revolução Socialista, agrupando os revolucionários de distintas tradições sobre a base de um acordo sólido e claro em torno a um programa marxista e revolucionário para o mundo atual.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

DIRETO DO BLOG CONVERSA AFIADA ( PHA)





De Sanctis dá orgulho aos brasileiros
Por medida de higiene, o Conversa Afiada não lê a publicação “Conjur”.
Seu proprietário faz farte do “Sistema Dantas de Comunicação” , e acumula a propriedade de um “órgão de imprensa” com a de uma empresa de relações públicas.
Além disso, ele é amigo pessoal do Supremo Presidente do Supremo, a ponto de lançar uma publicação comercial de sua empresa no salão nobre do Supremo.
Viva o Brasil !
Mas, um amigo navegante se dedicou nos últimos tempos a acompanhar a perseguição ao corajoso Juiz Fausto De Sanctis
através das páginas poluídas do “Conjur”.
A Justiça brasileira desfechou um ataque frontal ao corajoso Juiz De Sanctis que só pode ter um objetivo: desmoralizá-lo.
Desmoralizar De Sanctis vai significar retirá-lo do julgamento da Operação Satiagraha.
E, com isso, permitir que, em última análise, Daniel Dantas, o passador de bola apanhado (por De Sanctis) no ato de passar bola, realize o sonho de todo criminosos: escolher quem vai julgá-lo.
Por extensão, a desmoralização de De Sanctis significará a desmoralização da primeira instância em crimes de colarinho branco.
E o Brasil terá uma estrutura jurídica muito parecida com aquela com que sempre sonhou o Supremo Presidente do Supremo: só quem julga crime de rico é o Supremo.
Rico é assunto muito sério para ficar na mão de juizeco de primeira instância.
Vamos ao cerco a De Sanctis, segundo a minuciosa leitura do meu amigo navegante.
Dantas, o passador de bola apanhado no ato de passar bola, não recorreu imediatamente da condenação que De Sanctis lhe impôs por passar bola a um agente federal.
Um ano e meio depois, no dia 3 de setembro de 2009, Dantas entrou com um HC para afastar De Sanctis: trata-se de um juiz “parcial”.
Ou seja, para Daniel Dantas, o passador de bola, juiz que o condena é “parcial”.
O Ministério Público Federal pediu vistas no dia 14 de setembro.
Rapidamente, no dia 25 de setembro, o MPF considera que o pedido de Dantas que arguia a parcialidade de De Sanctis não tinha nenhum cabimento.
Às 20H52 do dia 18 de dezembro, um dia antes do recesso do Judiciário, o STJ dá a liminar a Dantas.
Ou seja, neste momento, toda a investigação a partir da Satiagraha está parada.
A Polícia Federal parou.
A Justiça parou.
Só quem se mexe é Dantas, o passador de bola.
Até que se julgue, em definitivo, se De Sanctis é “parcial” ou não.
Se, em última instância, De Sanctis for considerado “parcial”, a Satiagraha será extinta.
Porque toda ela será fruto de uma “parcialidade”.
Ou seja, o fruto podre contaminou toda a árvore.
Sumirá no espaço, como se fosse uma bolha de sabão.
E Daniel Dantas voltará aos salões da República, como um herói da Pátria – e de todos os partidos.
E De Sanctis será tratado como um excêntrico, uma aberração: um Juiz que manda prender rico, branco e de olhos azuis.
Onde já se viu isso ?
Onde nós estamos ?
Quem ousa importunar o “brilhante” Dantas, na opinião de Fernando Henrique Cardoso ?
Condenar quem mereceu dois HCs de Gilmar Dantas (*) em 48 horas ?
Será possível uma vergonha dessas, amigo navegante ?
Será que o Brasil vai engolir essa patranha em seco ?
Bem, já engoliu coisa parecida e nada aconteceu.
O Ministro do Supremo Eros Grau tomou de De Sanctis todas as provas da Satiagraha que tenham sido extraídas de HDS, CDs, medias e pen-drives.
Não só as medias encontradas na casa e no banco de Dantas, mas também o farto material de propriedade do notório empresário Roberto Amaral, também indiciado por De Sanctis.
Amaral, esse, que sabe coisas do arco da velha …
Ou seja, o Supremo, agora, tem o câncer da República nas mãos.
Só o Supremo sabe quem Dantas seduziu – seja para investir ilegalmente em seus fundos, seja para participar de “mensalões”.
Foi uma violência sem precedentes.
Retirar as provas de dentro de um inquérito criminal.
Viva o Brasil !
Mas, como afastar um juiz por “parcialidade” ?
Isso é muito difícil, pensará o amigo navegante.
Não, amigo navegante, no Brasil isso é mamão com açúcar.
Os advogados de Boris Berezovsky, o mafioso russo que comprou o Corinthians, já afastaram o juiz De Sanctis.
Com a ajuda do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Regional Federal de São Paulo eles mandaram De Sanctis apitar na segundona.
Que argumento usaram ?
Ora, amigo navegante, que pergunta ingênua.
Porque o corajoso Juiz Fausto de Sanctis foi “parcial”.
Ele é assim mesmo, muito “parcial”: tem a mania de prender rico.
Bastou uma simples liminar e uma Juíza, a Dra. Cecilia Mello que, por acaso, costuma tomar decisões que coincidem com os interesses de Daniel Dantas, expulsou De Sanctis do julgamento de Berezovsky.
Quem manda querer prender o Berezovsky, logo ele, que contratou José Dirceu para representá-lo no Brasil ?
(É bom não esquecer que na Satiagraha e no Corinthians se encontraram De Sanctis e o ínclito delegado Protógenes Queiroz. Queiroz acompanha Dirceu de lá à Satiagraha …)
No caso do Corinthians, a desmoralização de De Sanctis foi completa.
Ele foi destituído NA MESMA HORA em que ouvia testemunhas sobre o Corinthians.
Quer dizer, os juízes do TRF-São Paulo não tiveram a gentileza de esperar ele acabar de ouvir a testemunha.
Ele saiu do processo no meio da audiência …
Para a felicidade dos advogados de Berezovsky.
(Um deles, o notório Dr Toron, aquele que não aceita algema nem em pobre, preto ou p…, também defende Dantas.)
Se a Justiça decidir que De Sanctis não pode julgar a Satiagraha porque é “parcial”, ficarão suspensas as investigações que De Sanctis pediu à Polícia Federal, depois de condenar Dantas a 10 anos de cadeia.
Neste momento, uma dessas investigações – a sobre os cotistas do Banco Opportunity – avança a passos rápidos e muita gente graúda já caiu na rede.
GRAÚDA !
Outra investigação que começaria a marchar no início de 2010 seria sobre as fazendas de gado de Dantas, que, segundo o ínclito delegado Protógenes Queiroz, são uma fachada para explorar riquezas minerais no Pará.
A investigação que não andou um centímetro foi a sobre a “BrOi”.
Mas, aí, há de se convir que o diretor geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Correa, se notabiliza por uma aguçada sensibilidade política.
E, se depender dele, a investigação sobre a “BrOi” andará com a rapidez com que o Pão de Açúcar se desloca na Baia de Guanabara.
O Brasil se aproxima do Estado ideal da impunidade.
(Nos Estados Unidos, o Madoff está na cadeia para cumprir 190 anos …)
De Sanctis não julga o Berezovsky.
Extingue-se a Satiagraha.
Por extensão – ou por conta da mesma “parcialidade” -, extingue-se também a “Operação Castelo de Areia”, em que De Sanctis meteu o dedo no câncer da empreitagem nacional.
E, cedo ou tarde, se extingue também a punição ao banqueiro Edemar Cid Ferreira, que De Sanctis teve a infeliz idéia de prender e mandar buscar as obras de arte que colecionava.
Esse De Sanctis, francamente.
Banqueiros, mafioso russos, Daniel Dantas – isso é coisa para o Supremo.
A primeira instância não tem nada a ver com isso.
O Supremo já decidiu que os brancos e ricos tem acesso irrestrito asa investigações.
O Brasil é o único país do mundo em que bandido sabe o que a Justiça e a Polícia vão fazer e quem vão ouvir.
O amigo navegante não acredita ?
É isso mesmo.
É o que se chama de Golpe de Estado da Direita.
É isso mesmo.
Bandido sabe quem o Juiz vai ouvir.
Chega lá, aperta o parafuso, e a testemunha chega mansinha diante do Juiz …
Viva o Brasil !
Quer dizer: se Daniel Dantas agora começar a escolher juiz, não se espante.
Dantas é o dono do Brasil, como disse a Carta Capital.
E o De Sanctis ?
O De Sanctis é um brasileiro que nos dá orgulho !
Paulo Henrique Amorim

Piadinhas ( Direto do Blog do VIC)


Começou só na mímica.
Depois, foram se entendendo.
Devagarinho.
- Arnold querido, quanto tempo !
- Hã, não entender. Você, quem ser ?
- Ana, Governadora do Pará ! Lembra ? Nós, juntos Los Angeles ! Remember ?
- Ah ! Eu lembrar sim.
- Estou precisando do seu help !
- Hã ? Eu ajudar Ana ?
- Preciso que você vá ao Pará ano que vem, Ok ?
- Mi ir para Pará ?
- Sim, você Alnold. Não como governador. Quero você como o Exterminador do Futuro !
- The exterminator ?
- Yes ! Yes !
- Por que você querer exterminator ?
- Mi ser candidata. Mi tá fock. Very fock. Dou you understanding, dear Arnold ?
- What ? You fock ?
- No no no !
- Mi vai explicar. Jatene quer fock me ! E Mi quer exterminar Jatene !
- Oh, yes !
- Afe ! Ele entendeu !
- Mi go Pará august !
- Quem é August, Arnold ?
- No, no ! August !
Nesse momento passa um assessor e diz pra governadora que august não é gente, é o mês de agosto.
- Ok, meu Lindão ! Em agosto te espero !
Arnold Shcwarzenegger vem ao Pará em agosto.
Véspera da eleição
Só ele dá conta de carregar a nossa big governadora
Mais ninguém...
O Puty vai ficar aliiiiviado !!

KAMARADAS A HORA É AGORA

Do Zé Alagão

Lógica Infernal
Dizeres de uma faixa, estendida nos boxes de um dos inúmeros pedágios espalhados por São Paulo, o lugar onde o ser humano mais gasta dinheiro no mundo para exercer o seu direito básico de ir e vir:
"Deus criou os caminhos,
O homem as estradas
e o diabo os pedágios".
Encerra o conceito lógico que grande parte da população paulista tem do governador Zé(Pedágio)Serra.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

A revolução dos Tolos e os Sete milhões de ‘rádicais’

Houve um tempo que acreditava em estorietas e as degustava e também as ouvia com uma atenção e com uma voracidade tudo por que quem as contava era uma pessoa de minha inteira e total confiança,minha velha e querida avó, que sempre as finalizava com suas tiradas pessoais ou com um bom e respeitado dito popular.Vocês sabem,os mais velhos sempre tem essa sacada fenomenal para convencer os mais novos a aderirem as suas idéias e ideais. Minha avó era uma pessoa meiga,extremamente dócil e supercarinhosa com seus netos,os quais tratava como filhos seus.
Minha avó,era analfabeta,neta de escravos,conheceu meu avô,um ‘camarada’ extremamente devotado a família e muito respeitado no seio dela. Meu avô era o “Cara”.Até hoje é citado entre os seus familiares.
Feito essas considerações.Gostaria desde já dirimir qualquer dúvida sobre esse prólogo acima. O fiz para lembrar aos Camaradas,Compas se assim muitos quizerem ser chamados,menos eu,que acredito nos camaradas da velha guarda classista e por eles mantenho o respeito.Mas o que muitos deles tem perdido,vamos jogar limpo e falar claro e abertamente é a confiança política da base militante que os sustentam,visto que,recuam e cometem o grave erro da vacilação.
Vacilação é um erro camaradas. Sei que muitos dirão,quem é esse zé ninguém que atira pedras na vanguarda que se acha no direito de criticar uma posição que alguns dizem ser inevitável dada a conjuntura política colocada a nossa frente.
Quero lembrar aos camaradas que hoje vacilam,eu insisto em dizer, que foram eles que incutiram na minha cabeça dura, que não aceita a vacilação, que deveríamos construir uma alternativa classista e que pregassemos a revolução no seio do operariado do campo e da cidade. ‘Gastei’ muito do meu tempo,meu suor,fui taxado e aceitei com muito ‘carinho’ o titulo de radical de esquerda. Antes eu tinha um de Comunista na minha longa militância no PT, larguei as bandeiras e a militância assim que as coisas começaram a tender a direita e Lula sentou-se na centro direita. Aqui cheguei,olhei e não gostei. Ai vieram os ‘Compas’, eu juro que não queria mais, eu exitei,dei migué em muitos camaradas que até hoje acham que sou otário e que poderiam manipular-me, fui criado no meio das cobras, graças a minha cabeça dura sai sem um arranhão. Como nos tempos da Universidade lá no Oeste de Santa Catarina,onde encontrei uma galera que tinha discurso mais não tinha coragem.Dai tudo começou,fundamos um DCE e o pró- reitor não teve mais sossego. Assim a história se repete nos dias atuais. ‘Tava eu aqui parado,apareceram os ‘compas’,meteram fogo e agora...agora é tarde Heloisa Helena e compas da direção Nacional. Não aceito Vacilação. Quero é munição, o front está aberto. É agora que começamos essa guerra ou nunca mais.

Saudações Socialista.

EDIVALDO VIANA
( MEMBRO DA EXECUTIVA DO PSOL MARABÁ)
AGRUPAMENTO AMPLITUDE SOCIALISTA MARABÁ

Marabá,30 de dezembro de 2009