segunda-feira, 31 de agosto de 2009

vetado por ter muito voto Mesquinharia política faz Protógenes desistir do PSol

Quando você pensa que das mesquinharias eleitorais fazem parte apenas os partidos de aluguel, eis que descobre que O PSOL também não foge à regra.
Desde o ano passado, o partido abraçou a causa do Delegado Protógenes Queiroz, e circulou com ele pelo país afora. Juntou de certa forma a fome com a vontade de comer, já que o discurso e as ações do Delegado se confundem com a idéia do partido, especialmente na luta pela Ética na Política.
O partido conta hoje com apenas 3 deputados federais, Chico Alencar, Luciana Genro e Ivan Valente, e um senador, José Nery, que era suplente da atual Governadora do Pará.
Como Protógenes não esconde que deverá ser candidato, já que sua carreira na Polícia Federal ficou inviabilizada, especialmente com o atual diretor, o natural seria ir para o PSol.
Aí surge o problema eleitoral.
A candidatura de Protógenes é uma incógnita do ponto de vista eleitoral, pois nunca foi testado. Com uma campanha de comunicação eficiente, Protógenes pode estourar na eleição de deputado, com 600/700 mil votos, porém poderia ter uns 200 mil votos, já que voto de opinião varia muito.
Aí o deputado Ivan Valente começou a brigar com a direção do partido, porque ficou com medo de não se reeleger. Em resumo, Protógenes poderia ter mais votos que ele, mas insuficiente para eleger mais de um deputado.
Em conversa com o Delegado agora de manhã, este me confirmou que Ivan Valente realmente teria inviabilizado sua entrada no PSol, mas que tem excelente relacionamento com os membros do partido, como Heloísa Helena. Como recebeu convite de outros partidos (PCdoB e PDT), está analisando a melhor alternativa. Sua filiação ocorrerá no dia 7 de setembro, e o anúncio será uma semana antes, no dia primeiro.
Há a possibilidade de sair candidato a Senador por São Paulo, ou mesmo a deputado-federal. Em uma pesquisa da Brasmarket (que faz pesquisa para a Isto é), ainda não divulgada, Protógenes teria ficado em primeiro lugar para o Senado, à frente de Mercadante, Afif, Quércia e Tuma. Serão duas vagas na próxima eleição.
O Delegado disse também que torce para a viabilização da candidatura de Ciro Gomes para Governador, pois gostar muito do parlamentar. “É um excelente candidato, um cara honesto, experiente e preparado, que pode dar grande contribuição para o Estado de São Paulo”, diz Protógenes.
Algo semelhante aconteceu na eleição de vereador do PSDB em Recife. O vereador João Alberto foi vetado pelo partido, que não lhe deu legenda, pelo fato dele ter muito voto. Voto suficiente para chegar na frente de todos, e insuficiente para puxar mais colegas. Pois a estratégia dos partidos é arrumar candidatos com votação mediana, e alguns com votação pequena para engordar a quantidade de votos na coligação. Estes são chamados de “camurins”.
Toda esta confusão fez com que Protógenes descartasse o PSol, já que não dá para entrar em um partido brigando com alguém da direção. Vale ressaltar que parte significativa do partido via no Delegado uma alternativa política de futuro.
É nessa horas que a você percebe que a contabilidade eleitoral desenvolvida por partidos de aluguel fala mais alto do que a ideologia em todos os partidos.
Pindorama está se transformando na “República dos camurins”.
Autor: Pierre Lucena - 01/08/09 às 11:27

domingo, 30 de agosto de 2009

Heloísa Helena chama a construção de um programa para 2010


O 2º Congresso Nacional do PSOL, aberto na sexta-feira, 21, em São Paulo, teve como um de seus momentos centrais o discurso da presidenta do partido, Heloísa Helena. Ela relembrou os tempos e razões da fundação do PSOL, afirmando que quando um partido ousa mudar de lado e patrocinar uma traição de classe, as bandeiras da classe trabalhadora não são enterradas. "A nenhum partido é dado o direito de se considerar dono das bandeiras históricas e das lutas da classe trabalhadora. Neste momento, outros militantes pegam as bandeiras caídas, sacodem a poeira e as levantam de novo. O PSOL nasceu, portanto, por uma necessidade histórica", disse.
Passados cinco anos, a conjuntura segue desafiadora. Na avaliação de Heloísa, o debate sobre a crise não teve tanto impacto na população porque a maior parte do povo brasileiro já vive há muito tempo nessas condições. Ela lembrou a luta das mulheres por condições básicas de saúde, dos sem-teto por moradia, da juventude vítima da violência, da população pobre que vive nas periferias e é aliciada constantemente pelo crime organizado.
Atacou o personalismo, afirmando que não se deve atribuir a ninguém o único elemento depositário das esperanças conjunturais de um processo eleitoral ou das lutas do povo brasileiro. E questionou: "o que estamos fazendo enquanto estrutura partidária para estarmos à altura desta honra emocionante e preciosa que, quando sai uma pesquisa eleitoral, a generosidade do povo brasileiro, sem a mídia, sem uma militância unida, apresenta uma mulher do povo, uma sertaneja, considerada uma louca e uma histérica porque não se acovarda diante da elite política e econômica, com este resultado nas pesquisas?".
Entrando direto no tema das eleições presidenciais de 2010, Heloísa defendeu que as escolhas dos nomes do partido para um processo eleitoral, qualquer que seja, devem se dar em torno de um programa claro. "Vamos estruturar o programa do partido para disputar o imaginário popular e depois ver quem é a melhor militante ou o melhor militante para representar o PSOL no processo eleitoral de 2010", declarou.
Heloísa reafirmou a importância da disputa para o Senado em Alagoas, onde a luta de classes é pesada e as engrenagens do poder político, midiático e econômico precisam ser enfrentadas. E rechaçou a idéia de que é preciso convencê-la da tarefa de disputar a Presidência da República.
"Aqui está uma sertaneja que não abre mão da luta, que não corre do pau. Sei das responsabilidades que tenho. Meu nome estará sempre à disposição do meu querido Partido Socialismo e Liberdade. Pra mim foi uma honra representar o PSOL na primeira eleição presidencial e será também uma honra representar na segunda. Mas é muito importante que a gente deixe claro qual é o nível de unidade dentro do partido em relação ao processo eleitoral de 2010 e qual o programa que vamos apresentar o povo brasileiro", concluiu.
O Congresso Nacional do PSOL encerrou-se no domingo, 23 de agosto, com a eleição de sua direção nacional, tendo a frente Heloísa Helena como presidente.